Comissões na Câmara disputam o debate sobre crise econômica
A discussão sobre a crise econômica prevista para acontecer nesta quarta-feira (18), na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, foi cancelada em razão da morte do deputado Clodovil (PR-SP), ocorrida ontem em Brasília. A comissão geral que esta
Publicado 18/03/2009 17:53
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), considera importante a preocupação da presidência da Câmara em discutir a crise porque coloca o Parlamento dentro da principal discussão do país. Mas não evita um comentário crítico sobre a decisão da Presidência da Casa de criar novas comissões. “A Presidência deve privilegiar instituições da Casa – comissões permanentes – e nós vamos cumprir nosso papel de discutir crise versus oportunidade e desenvolvimento regional que é característica do Brasil que tem dimensões continentais.
Valentim, que remarcou para a próxima quinta-feira (26), a audiência pública sobre a crise econômica, disse que o tema será a seiva que vai alimentar os trabalhos da comissão esse ano. E, sem esconder uma ponta de orgulho, declarou que vai usar a experiência e a vivência no processo de recuperação da indústria naval do Rio de Janeiro, que ele conduziu no Parlamento, para buscar solução para a crise econômica.
A receita, segundo ele, é a união de empresários do setor produtivo e trabalhadores. “A comissão quer ajudar, a partir de suas visões e propostas, a construir um movimento político de cunho nacional em defesa do desenvolvimento e do emprego”, anuncia, acrescentando que “essas duas questões podem e devem unir trabalhadores e empresários que produzem.” E enfatiza: “Não se enfrenta a crise sem essa participação.”
Ele não considera o fato de ser comunista como obstáculo para fazer essa união. Reconhece que tem maior identidade com os trabalhadores, mas destaca que “exatamente por ser comunista, que tem visão de que para atingir o sonho de alcançar uma sociedade mais justa, temos que ter desenvolvimento, não vamos conseguir melhores condições de vida sem desenvolvimento econômico do País e o momento é de unir forças para enfrentar crise.”
Maior participação
As comissões especiais criada pela Presidência da Câmara tratarão da repercussão da crise sem cinco setores específicos – agricultura; sistema financeiro; comércio; indústria e serviços e emprego. A justificativa da Presidência é de que as comissões especiais darão maior estrutura para a realização futura de uma comissão geral e, ao final, formularão propostas ao Poder Executivo.
Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que fará parte da comissão do sistema financeiro, a idéia original era ter uma única grande comissão para debater crise de forma mais geral, porque o enfrentamento e os impactos da crise tem que ter uma abordagem mais abrangente.
No entanto, ela considera como aspecto positivo o desdobramento temático a maior participação da Casa na discussão do assunto. Ela espera que as comissões centralize os trabalhos na elaboração de diagnósticos e apresentação de solução, porque elas integram a resposta à crise. Para a comissão que vai discutir o sistema financeiro, ela acredita que “o grande desafio é romper com os mecanismos de “proteção” que até hoje existiu no sentido de manter política macroeconômica que favorece o sistema financeiro.”
De Brasília
Márcia Xavier