OCDE: China deve ter crescimento entre 6% e 7% em 2009
Nesta sexta-feira (20), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua previsão de crescimento para a China para entre 6% e 7%, abaixo dos 8% previstos pelo Governo chinês para este ano. Em entrevista coletiva concedid
Publicado 21/03/2009 15:50
O secretário-geral disse que essa queda no crescimento chinês “talvez seja a maior mudança da China em um curto período de tempo”, mas afirmou que o país é “resistente”.
Na expectativa da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e principais emergentes) no próximo dia 2, em Londres, na qual se espera que a China participe mais, Gurría ressaltou que o país asiático não é “o salvador, mas ajudará o restante, se mantiver um crescimento”.
Ex-ministro das Relações Exteriores e de Finanças do México, Gurría lembrou que, enquanto haverá crescimento negativo no resto do mundo, a China ainda será capaz de crescer, graças ao pacote de estímulo financeiro anunciado em novembro, um dos dois maiores anunciados, junto ao dos Estados Unidos.
Pequim anunciou um investimento de 4 trilhões de iuanes (US$ 585 bilhões) destinados à infraestrutura e ao desenvolvimento social, menos do que os US$ 787 bilhões do pacote de Washington.
O mexicano anunciou que o resultado final das previsões da OCDE para este ano serão divulgados no próximo dia 31.
A previsão desta instituição segue a linha do que foi anunciado pelo Banco Mundial (BM) esta semana.
O BM prevê um crescimento de 6,5% para a China, devido à redução das exportações, base de crescimento do país asiático até agora, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê 6,7%.
A China precisa crescer entre 7% e 8 % para criar cerca de 9 milhões de empregos e manter a estabilidade social. Nos últimos meses, quase 20 milhões de postos de trabalho foram eliminados no país asiático.
O secretário-geral da OCDE previu contrações na economia global em 2009 devido à recessão no Japão, EUA e União Europeia. Por isso, o crescimento da China, embora menor, ainda ajudará a manter um resultado global menos negativo.
Gurría ainda disse ser necessário “que a demanda da China e da Índia cresça”, mas que a expansão destas duas economias emergentes não será suficiente para suavizar a contração das principais economias mundiais.
Por fim, o secretário-geral falou que os 30 países-membros da OCDE vão registrar um crescimento muito negativo.
Reestruturaração da indústria automobilística
Ainda como parte de suas ações de combate à crise, o governo chinês afirmou que é favorável a uma reestruturação da indústria automobilística do país, com um plano de ajuste e revitalização do setor.A reestruturação passa em particular por uma redução, por meio de fusões, do número de montadoras, atualmente elevado, medida que Pequim tenta estimular há alguns anos.
Um dos objetivos do plano para o período 2009-2011 é reduzir de 14 para 10 o número de grandes montadoras, responsáveis por mais de 90% da produção e das vendas no país.
A ideia é que duas ou três montadoras sejam gigantes capazes de produzir mais de dois milhões de unidades por ano, enquanto outras quatro ou cinco ficariam em um milhão de unidades.
Pequim almeja uma produção total de 10 milhões de veículos para 2009 e um aumento médio de 10% da produção nos anos seguintes.
Ano passado o país fabricou 9,34 milhões de unidades, um aumento de 5,21% em relação a 2007.
Em 2008, as vendas cresceram 6,7%, a primeira alta de apenas um dígito desde 1999 para um mercado acostumado a taxas superiores a 20%.
Fontes: AFP e EFE