Crise internacional é civilizacional, diz Renato Rabelo
A afirmação do Presidente Nacional do PCdoB, Renato Rabelo, foi feita na manhã desta quinta-feira (26), durante a palestra no seminário “Crise: desafios e soluções na América do Sul”, realizado em Foz do Iguaçu, Paraná. De acordo com Rabelo, a crise atual
Publicado 27/03/2009 13:46
Esta crise, afirmou, “é civilizacional; o capitalismo que conhecemos se tornou impotente. Esta crise sistêmica, que muitos dizem que é uma crise econômica, é na realidade uma crise do capitalismo. Tem uma dimensão comparável com a grande depressão de 1929, mas ela vai além, pois sai do processo de globalização. Saídas financeiras e sociais são discutidas, mas não podemos esquecer da política”.
Segundo Rabelo, o presidente dos EUA, Barack Obama, repete a mesma lógica de Bush, conservando um modelo já esgotado. “O presidente Barack Obama está seguindo a mesma linha econômica financeira do governo de anterior. Comprar ativos podres com o dinheiro do povo é um absurdo”, enfatizou.
Conforme ressaltou Rabelo, a alternativa para solucionar a crise é o rompimento com o atual modelo de sociedade. “Uma crise deste porte não pode ser resolvida nos marcos do sistema capitalista”, disse. Para que esta mudança ocorra, o dirigente comunista foi enfático ao propor uma posição política que defenda os interesses dos trabalhadores, que estão pagando o preço dos responsáveis pela crise.
“Quem é que paga pela crise?”, questionou Rabelo. “A lógica capitalista é empurrar à população o seu ônus, enquanto os grandes oligopólios são salvos. Precisamos de caminhos alternativos. Não se trata apenas de resolver aspectos econômicos”, apontou. De acordo com Rabelo, “os países desenvolvidos estão empurrando os problemas para os paises periféricos. É necessário defender os empregos e a renda do trabalhador. Trata-se de uma luta política. Nós vamos salvar os responsáveis por ela? Esta não é a alternativa”.
No sentido de buscar criar outra alternativa ao atual modelo, Renato Rabelo disse que é necessária a integração latino-americana. “A soberania dos países latino-americanos será mais forte com esta aproximação. O Brasil tem um papel importante e deve adotar posições a favor de nações em condições mais difíceis. A elite brasileira é arrogante com os menores e dócil com o imperialismo norte americano”, concluiu.
De Foz do Iguaçu,
Jaqueline Castro