Encontro de Araçuai destaca críticas ao Plano Decenal de Educação de Minas Gerais

O Movimento Educação que Queremos coloriu de vermelho o auditório do Colégio Nazareth em Araçuai durante a etapa regional de discussão do Plano Decenal de Educação de Minas Gerais.

Trabalhadores da educação, gestores, pais, alunos e autoridades dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri lotaram o auditório do Colégio Nazareth, em Araçuaí, para o primeiro encontro regional do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual, nesta quinta-feira (26/3/09). A defesa apaixonada de uma educação de qualidade no campo foi um dos pontos altos da reunião, que resultou em propostas de aperfeiçoamento do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que contém o planejamento da educação em Minas para os próximos dez anos. Realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais com participação do Governo do Estado e entidades e movimentos sociais, o fórum terá outros sete encontros regionais, sendo o próximo em Montes Claros, nesta terça-feira (31).


 


Para o deputado Carlin Moura, a discussão de um plano válido para dez anos tem caráter estratégico. ''Não podemos nos basear só em estatísticas. Precisamos do humano, do debate crítico'', apontou. Ele fez questionamentos em relação à responsabilidade cobrada de professores sem condições de trabalho e sem salários dignos. ''Vamos compactuar com a escola de referência para poucos, em detrimento da maioria que não tem a mesma qualidade?'', completou.


 


Coube à mestre e doutoranda em Educação do Campo Tânia Maria Mares Figueiredo a defesa de uma educação no campo que leve em conta as especificidades desse público, como a cultura, o período de colheitas e a linguagem. ''Temos que ter a liberdade de fazer questionamentos, sem que sejam entendidos como ofensa'', frisou. Segundo ela, a educação no campo sofre de uma indiferença secular, que obriga alunos a conviverem com o mesmo plano curricular das escolas urbanas, resultando em discriminação e abandono. ''O campo tem leis e regulamentos próprios que precisam ser seguidos, independente do número de alunos que estão lá'', afirmou.


 


Para Tânia Figueiredo, quando o homem do campo se apropriar desses direitos, passará a cobrar, uma vez que a luta pela terra é também a luta por educação de qualidade para o povo do campo. A pesquisadora criticou a política de metas do Governo e a busca por índices que, segundo ela, nem sempre representam a realidade das escolas do Estado. ''Se vocês querem educação de qualidade, estamos do mesmo lado'', frisou.



 
O próximo encontro será em Montes Claros no dia 31 de março a partir das 08h30 no Centro Cultural Dr. Hermes de Paula – Praça Dr. João Chaves, 32 – Centro



 
fonte:
Assessoria de Comunicação ALMG – www.almg.gov.br
Movimento Educação que Queremos – www.educacaoquequeremos.blogspot.com