EUA discutem projeto que permite ir a Cuba
Um grupo de senadores norte-americanos, tanto do Partido Democrata quanto do Republicano, pretende apresentar nesta terça-feira um projeto de lei que pede o fim das proibições de viagens a Cuba e ameniza o bloqueio econômico imposto à ilha há mais de 4
Publicado 31/03/2009 11:22
Segundo o jornal norte-americano Washington Post, a medida será anunciada por 18 senadores, dos quais oito são democratas que presidem comissões da Casa.
Entre os republicanos, a maior parte dos que defendem o projeto provém de estados cuja principal atividade econômica é a agricultura, e onde a flexibilização do bloqueio seria positiva para setores exportadores.
A Câmara de Comércio dos Estados Unidos, a Federação Americana Agrícola e a organização Human Rights Watch (HRW) também apoiam a medida, que anula a proibição hoje vigente para viagens diretas entre Estados Unidos e Cuba, embora não elimine totalmente as sanções impostas ao país.
No Senado, um dos principais entusiastas do projeto é Richard Lugar, de Indiana, principal parlamentar republicano na Comissão de Relações Exteriores. Em fevereiro, ao apresentar um relatório ao Congresso, ele ressaltou que ''as sanções econômicas são uma ferramenta legítima na política exterior'' norte-americana, mas advertiu que no caso de Cuba o mecanismo fracassou.
Com a chegada de Barack Obama à Casa Branca, governos da América Latina intensificaram os pedidos de revisão do embargo, imposto em 1962. Há a expectativa de que algum anúncio oficial possa ser feito durante a Cúpula das Américas, que ocorre entre os dias 17 e 19 de abril em Trinidad e Tobago.
No fim de semana, durante visita à Colômbia, o ex-presidente Bill Clinton disse que Obama já ordenou a revisão da política do país em relação a Cuba. O vice-presidente Joe Biden, porém, afirmou no Chile, onde participou da Cúpula de Líderes Progressistas, que Washington não pretende ainda suspender o embargo.
Nesta terça-feira, ele voltou a flar no assunto. Disse, na Costa Rica que ''na próxima década haverá mudanças nas relações entre Estados Unidos e Cuba''.
''Estamos dispostos a estender a mão à ilha'', afirmou Biden em entrevista durante uma visita oficial à Costa Rica, apesar de ratificar que é pouco provável o fim do bloqueio econômico.
''Talvez façamos algo menor que suspender o embargo, mas há um compromisso firme, que é a democracia e os direitos humanos; vemos tudo como um processo'', disse Bidem, acrescentando que as mudanças na política dos Estados Unidos em direção a Cuba poderiam aumentar ''na medida em que for registrado o crescimento da democracia e dos direitos humanos na ilha''.
''Enquanto isso, confio em que há coisas que podemos fazer, medidas para elaborar um processo'', concluiu Biden. Em fevereiro, Obama já havia promovido uma flexibilização para as viagens de pessoas que têm parentes em Cuba e para compras de remédios e comida feitas pelo governo de Havana.
Fonte: Ansa e EFE