Jornalistas e gráficos continuam em mobilização

Nem a tentativa de acordo feita pelo procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Ceará foi capaz de demover a intransigência dos patrões, que recusaram oferecer a gráficos e jornalistas 0,75% de ganho real

Mesmo com o esforço do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Ceará, Gérson Marques, de pôr um fim ao conflito entre empresários e trabalhadores do setor de impresso, o entendimento não foi alcançado. Os patrões recusaram até a proposta feita pelo procurador – ganho real de 0,75% para jornalistas e gráficos – e insistem em dar apenas 0,5% para os gráficos e 0% para os jornalistas. A recusa foi oficializada nessa segunda-feira (30/3).


 


Na sexta-feira (27/3), em reunião com o procurador, os empresários já haviam sinalizado que não aceitariam a proposta de 0,75%, mas decidiram retirar a negativa, assumindo o compromisso de se pronunciarem oficialmente nessa segunda. Gérson Marques ponderou sobre a importância de se chegar a uma solução para o impasse entre patrões e empregados, até mesmo porque os trabalhadores estão em campanha salarial desde setembro de 2008. Não adiantou. A intransigência dos patrões falou mais alto. A proposta do procurador é intermediária entre o que os trabalhadores reivindicam (1,02% acima da inflação) e o que os empresários se dispõem a dar.


 


Nessa terça-feira (31/3), durante o ato público em defesa do diploma de Jornalismo como condição para o exercício da profissão, jornalistas e gráficos serão informados da recusa patronal. “As duas categorias vão se posicionar sobre novos movimentos para superar tamanha intransigência”, anuncia a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Déborah Lima.


 


Categorias continuam em mobilização


 


Depois da deliberação da greve de jornalistas e gráficos em assembleia (18/3), da deflagração do movimento (23/3) e agora com a recusa patronal à proposta do Ministério Público do Trabalho, as duas categorias continuam em mobilização.


 


A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Déborah Lima, e o presidente do Sindicato dos Gráficos, Rogério Andrade, participaram ontem do Dia Nacional de Luta promovido pelas centrais sindicais em todo o País. Em Fortaleza, o ato envolveu uma passeata da Praça Clovis Bevilaqua à Praça do Ferreira, no Centro da cidade, onde Déborah Lima e Rogério Andrade tiveram a oportunidade de denunciar à sociedade mais uma intransigência patronal.


 


Durante a manifestação, o senador Inácio Arruda (PCdoB) lamentou a difícil campanha salarial de jornalistas e gráficos e lembrou que nessa quarta-feira (1º/4) o STF vai julgar o recurso sobre a obrigatoriedade do diploma.


 


Fonte: Sindjorce