Movimentos sociais protestam contra a crise em Minas Gerais

Dezenas de sindicatos, associações de bairro, entidades do movimento estudantil e dirigentes de todas as centrais sindicais mineiras participaram na última segunda-feira (30) de um ato contra a crise. Realizado na Praça 7, em Belo Horizonte, a man

“Os trabalhadores não vão pagar a conta”. Essa foi a palavra de ordem mais lembrada pelos sindicalistas. Porém, a realidade e as conseqüências da crise em Minas Gerais, demonstram outra realidade. Segundo dados divulgados nas últimas semanas, mais de 100 mil trabalhadores foram demitidos. O PIB do estado reduziu quase a zero e os municípios já começam a viver com queda de arrecadação e grande enfraquecimentos em suas economias.


 


Para o dirigente da CTB, Jota Lacerda, o capital especulativo brincou irresponsavelmente com a economia e levou mais uma vez a fatura para ser paga pelos trabalhadores. Já para o dirigente da Conlutas, Giba, “a cartilha neoliberal de enfraquecimento do estado é a principal responsável pela crise”. A garantia dos direitos trabalhistas foi uma das cobranças feitas pelos movimentos ao governo federal.


 


Em forma de carnê



A deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) esteve presente ao ato e saudou a iniciativa dos movimentos sociais ao unirem forças para combater a crise. Para a parlamentar, é preciso que todos tenham consciência da gravidade do problema para se preparem melhor para combatê-lo. “O povo brasileiro paga sem saber pela crise mundial, a dona de casa recebe todo mês a crise em forma de carne das casas Bahia. Nossos trabalhadores pagam muitas vezes o dobro pelos produtos que compram, por culpa da taxa de juros exorbitante”, criticou a deputada.


 


O deputado estadual Carlin Moura (PCdoB) afirmou que o antídoto contra a crise é mais desenvolvimento e emprego para os brasileiros. O parlamentar defendeu maior presença do estado para garantir o emprego e os direitos dos trabalhadores e afirmou a necessidade de um novo pacto político que tenha com seriedade a defesa do trabalho.


 


Educação


 


Para o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG), Diogo Santos, a educação é uma das principais vitimas da crise mundial. O estudante criticou os planos que prevêem a redução dos investimentos em educação e afirmou que a ortodoxia da política econômica está na contra mão das soluções para acabar com a crise.


 


O presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Flávio Nascimento, endossou a necessidade da queda do juros e apontou a dificuldade do acesso ao primeiro emprego, que foi fortemente acentuada depois da consolidação da crise. Flávio fez um chamado para que todos participem do ato das entidades estudantis que será realizado na próxima quinta-feira, 02 de abril, no centro de Belo Horizonte. “Nosso ato dará continuidade a este sentimento de unidade que construímos hoje, com esse ato unificado, afirmou.


 


O dirigente do Movimento dos Sem-terra (MST), Wanderlei Oliveira, convocou todos para a construção de mais espaços para os movimentos sociais e disse que o 1º de Maio deve ser reforçado por todos os brasileiros em tempos de crise. Ele denunciou a piora das condições do trabalho no campo e cobrou a necessidade da reforma agrária ser tratada com prioridade pelo governo e pela sociedade.


 


O ato da segunda-feira celebrou a unidade dos movimentos progressistas no estado. Esta é a opinião do presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), Gilson Reis, também presidente da CTB Minas. “Daremos continuidade a essas ações, faremos um vigoroso ato no dia 21 de abril em Ouro Preto [feriado de Tiradentes] em uma manifestação histórica. Realizaremos também um vitorioso 1º de Maio, unificado por todas as centrais”, afirmou Reis.


 


Unidade no 21 de abril



As entidades voltam a se encontrar no dia 21 de abril, em Ouro Preto. Os movimentos Sociais estão organizando uma grande caravana que irá levar para a comemoração do dia de Tiradentes a campanha “Com Aécio, Minas não respira Liberdade”. Mais de 20 entidades estão participando do movimento.



De Belo Horizonte,
Pedro Leão