Quixadá ganha miniusina de biodiesel até dezembro
Quixadá deve receber até o fim do ano uma miniusina produtiva de biodiesel no Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. A proposta é oferecer suporte para a cadeia de produção de óleos vegetais utilizados como matéria-prima
Publicado 05/04/2009 10:10 | Editado 04/03/2020 16:35
Até o fim do ano o município de Quixadá, a 168 quilômetros de Fortaleza, receberá uma pequena unidade produtiva de biodiesel no Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. A ideia é oferecer suporte para pesquisadores, professores, estudantes e, principalmente, produtores, por meio de treinamentos e da difusão da tecnologia de produção do biocombustível utilizando óleos vegetais como matéria-prima.
O município já conta com uma usina de biodiesel da Petrobras, que está em funcionamento desde agosto de 2008. “Nossa capacidade será bem menor que a usina já instalada em Quixadá (que pode produzir até 57 mil litros de biodiesel por ano). Será uma produção de dez mil litros por ano. Mas seremos fundamentalmente um laboratório didático na questão das tecnologias de produção do biodiesel”, afirma o gerente de ensino do Campus Quixadá do Instituto, Assis Rocha.
A expectativa é que a unidade consiga atingir toda a cadeia no que diz respeito ao plantio e ao esmagamento do grão. Dois cursos já foram realizados, mesmo antes da estrutura física começar a ser construída. O projeto está orçado em R$ 499.986,86.
São recursos do Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O projeto é uma parceria do instituto, da Universidade Federal do Ceará e da Universidade de Santa Cruz de Ilhéus.
Modelo
A miniusina do Campus Quixadá servirá de modelo para outras iniciativas de produção do biocombustível e vai oferecer metodologias e precauções para a instalação de outras unidades produtivas. “Queremos garantir a sustentabilidade econômica, estimulando a produção agrícola para fornecimento dos óleos vegetais, valorizando a mão-de-obra local”, ressalta Assis.
Conforme o pesquisador Eurico Belo, do Departamento de Engenharia Química da UFC, a miniusina está sendo montada juntamente com o laboratório de análise de qualidade de óleos vegetais.
De acordo com Assis Rocha, as pesquisas para combater os problemas agrônomos relativos à produtividade da mamona poderão progredir muito com a unidade. “Pretendemos dar um apoio nesse sentido.”. Para o professor Eurico, a produção de biodiesel ainda está evoluindo. “É uma demanda muito grande, a própria usina da Petrobrás exige, e o Ceará ainda não está preparado para suprir” afirmou ele.
E-MAIS
> No Campus Quixadá,integram o grupo de pesquisa alunos de Química e do Curso Técnico de Química Industrial, agricultores, agentes rurais e técnicos da área da Petroquímica e do Biodiesel.
> Atualmente, existem 8.522 agricultores que cultivam mamona e girassol em 161 municípios cearenses cadastrados.
> Os produtores cearenses foca os investimentos na produção de mamona, girassol e soja.