Eduardo Campos: incentivos do governo estão indo pro lugar errado
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, voltou a criticar a política de incentivos da equipe econômica do Governo Federal durante o lançamento de um programa voltado para incentivar o turismo no interior do estado nesta quarta-feira (08/04). Para E
Publicado 08/04/2009 16:39
“Se há a necessidade de apoiar a indústria automobilística, o setor de motos lá da Zona Franca, se é possível e é necessário (apoiar) esse setor de linha branca, tudo bem. Agora não pode ser feito isso sem conversar com os governadores, sem conversar com os prefeitos, sem fazer contas, sem dizer quanto é que vai ser o impacto. Até agora, eu desconheço uma redução de IPI que tenha favorecido uma indústria importante do Nordeste, a não ser a Ford, na Bahia”, disparou.
Ele aconselhou a equipe econômica a seguir o exemplo do presidente Lula, tomando suas decisões levando em consideração as características econômicas de cada canto do Brasil. “A indústria canavieira está com a folha dos seus funcionários atrasada, por exemplo. E eu não posso calar diante disso, achar que isso é normal. É preciso que a gente tenha, pelo menos, a oportunidade de dialogar, de falar. Eu estou fazendo meu papel de governador do Estado”, reclamou.
Eduardo afirmou sentir-se à vontade para criticar o Governo Federal, na posição de aliado do presidente Lula e disse que “amigo é aquele que diz as coisas na hora certa”: “Nós não podemos dizer que o Brasil está emprestando R$ 10 bilhões ao FMI e que os municípios estão sem conseguir pagar a sua folha, a merenda da escola ou as contrapartidas do PAC. Eu digo isso porque, ninguém mais nesse estado, teve o papel de ser aliado correto do presidente da República do que eu”.
Para o governador, a política de redução do IPI em alguns setores em detrimento da capacidade de investimentos dos estados e municípios não funciona: “É como cobrir a cabeça e deixar os pés de fora. É cobrir um santo e descobrir outro', comparou, para depois completar: “Dr. Guido Mantega precisa ouvir os reclamos do Norte e Nordeste do Brasil, onde o setor público é fundamental na geração de empregos. Se hoje o estado é fundamental para salvar bancos nos Estados Unidos, salvar bancos na União Européia é mais importante ainda nas regiões Norte e no Nordeste brasileiro. Para vocês terem uma idéia, 70% do orçamento do investimento fiscal no Brasil é feito pelos municípios e pelos estados. São praças, saneamentos, pequenos conjuntos habitacionais, escolas que geram emprego e oportunidades de trabalho”, explicou.
Eduardo lembrou que excetuando Bahia e Pernambuco, os outros sete estados nordestinos têm no FPE sua principal fonte de arrecadação: “Eu não posso ver os estados do Nordeste que têm sido ajudados pelo Governo do presidente Lula e que tem ajudado o Governo dele também, irem perdendo completamente a sua capacidade de investir e ficar calado”, finalizou.
Fonte: Secretaria de Imprensa – Governo de PE