Bolívia: pendenga da lei eleitoral deve chegar ao Parlasul
O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) afirmou nesta quinta-feira que pretende propor ao Parlamento do Mercosul (Parlasul), entidade da qual é vice-presidente, uma discussão sobre a crise política desencadeada na Bolívia por causa da aprovação do novo Cód
Publicado 09/04/2009 16:50
Hoje, o presidente boliviano, Evo Morales, iniciou uma greve de fome para exigir a ratificação da medida, que segue sendo discutida pelo Congresso e é amplamente contestada pela bancada oposicionista.
Para o governo, o novo Código Eleitoral é necessário para garantir a realização das eleições programadas para o dia 6 de dezembro, convocadas após a promulgação da nova Constituição do país e nas quais Morales tentará um novo mandato.
“Estou considerando a possibilidade de apresentar [no Parlasul] uma moção em defesa da democracia e contra o golpismo na Bolívia”, disse o parlamentar brasileiro. “Estas eleições já foram acordadas e aprovadas, e se este quadro se prolongar será necessário que o Parlasul se pronuncie.”
A próxima reunião plenária do Parlasul será realizada na semana que vem em Buenos Aires, capital da Argentina.
O deputado afirmou também que a decisão do presidente Evo Morales é uma resposta ao que definiu como uma “atitude golpista” da oposição.
Ele recordou a crise política vivida pelo país andino em setembro do ano passado, quando militantes ligados à oposição promoveram uma série de violentos protestos nos departamentos (estados) do leste do país, cujos governos são críticos a Morales.
“O presidente reage ante uma nova atitude golpista da oposição, em que vemos que se reitera o comportamento de setembro do ano passado, quando foram promovidas sabotagens e ações violentas”, explicou o Dr. Rosinha.
O novo Código Eleitoral boliviano, apresentado pelo governo, enfrenta uma forte rejeição de políticos opositores, que questionam especialmente as regras que regerão os votos de bolivianos que vivem fora do país e a intenção de destinar 14 das 127 cadeiras do Legislativo à população indígena.
Sob a coordenação do vice-presidente Álvaro García Linera, que também preside o Congresso, o Legislativo busca um consenso para levar adiante o pacote de leis.
O debate chegou a um impasse depois que a medida foi aprovada pela Câmara, onde a maioria é governista, e acabou barrada no Senado, controlado pela oposição.
Espera-se que as discussões sejam encerradas amanhã. Caso o Código não seja ratificado, a bancada ligada a Morales ameaça renunciar, o que na prática paralisaria qualquer outra discussão no Congresso.
Fonte: Ansa