Crise atinge todas as “classes”, aponta estudo da FGV
Os brasileiros das “classes” A e B — segundo a metodologia oficial — foram os mais atingidos pela crise, a partir de setembro passado. Em janeiro, porém, as perdas se acentuaram para essa parcela da população — com renda domiciliar superior a R$ 4.807
Publicado 09/04/2009 14:17
Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), as “classes” A e B que acumulavam, nos últimos cinco anos até a crise, aumento de 35% de participação na população brasileira, registraram queda de 2,74% somente em janeiro. Já a “classe” C, que elevara sua fatia em 25% desde 2004, num único mês recuou 2,17%.
Já as “classes” mais pobres, que vinham perdendo integrantes, sofreram movimento inverso. A D — renda entre R$ 804 e R$ 1.115 — acumulava perda de 15,9% nos últimos cinco anos até a crise e somente em janeiro recuperou 3,03%.
Espelho inverso
A “classe” E, a mais baixa da pirâmide — renda de até R$ 804 — acumulava perda de 40,3% desde 2004. E, no primeiro mês deste ano, subiu 6,73%. Segundo o economista da FGV Marcelo Neri, responsável pelo estudo, as melhorias sociais dos últimos anos começou a murchar, principalmente a partir de janeiro
“A imagem das mudanças na sociedade brasileira depois da crise é como um espelho que reflete o inverso do que vinha acontecendo antes da crise. Quem ganhava perde e vice-versa. A partir, principalmente de janeiro, houve uma mudança súbita de trajetória dos indicadores sociais no país”, explicou.
Com informações do Monitor Mercantil