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Fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang volta à cadeia

O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, , conhecido como Bida, acusado de ter encomendado o assassinato da freira americana Dorothy Stang há quatro anos no Pará, entregou-se hoje à polícia nesta quinta-feira (9), depois que foi cancelado o julgamento em q

Segundo a Polícia Civil, familiares de Moura ligaram ontem à noite para negociar a rendição. Os agentes foram buscá-lo, por volta da 1 hora, na fazenda Santa Cecília, no município de Pacajá, na região de Altamira.



Ele entregou-se aos agentes que foram buscá-lo na madrugada de hoje em uma de suas fazendas em Anapu (PA). Os policiais tiveram que caminhar cerca de oito quilômetros para chegar até a sede da fazenda onde o fazendeiro estava.



Moura estava em liberdade desde maio do ano passado. Na terça-feira, o Tribunal de Justiça do Pará tinha expedido uma ordem de prisão contra ele.



Em liberdade desde maio



Moura foi inicialmente condenado, em maio de 2007, a 30 anos de prisão por ter encomendado e financiado o assassinato da missionária americana, que tinha se transformado em uma defensora dos trabalhadores rurais sem-terra no Pará. No entanto, em maio de 2008 umo julgamento absolveu o fazendeiro.



Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará também anularam o julgamento de Rayfran das Neves Sales, pistoleiro condenado pela morte da freira – sob a alegação de que o júri não levou em consideração o agravante de promessa do pagamento pelo crime. O órgão também votou pela prisão preventiva de Bida, expedida na ocasião.



Seis tiros, um na cabeça



Na decisão, a Câmara Criminal Isolada (órgão especial do TJ), aceitou a apelação do Ministério Público estadual segundo a qual a decisão dos jurados foi contrária às provas nos autos. De acordo com o promotor Edson Cardoso, responsável pela apelação, o principal motivo que levou os jurados a cair em contradição foi a exibição de um vídeo, no dia do julgamento. Nesse vídeo, Clodoaldo Batista, o Tato, também acusado de envolvimento no crime, inocenta Bida.



A missionária Dorothy Stang foi executada a tiros em fevereiro de 2005, aos 74 anos de idade. Nascida em Dayton, Estados Unidos, ela estava no Brasil há 39 anos, no Maranhão e depois no Pará. O contato com as injustiças sociais, o latifúndio e as ameaças ao meio ambiente fez dela uma militante, em especial da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da luta pela reforma agrária. Foi assassinada com seis tiros, um deles na cabeça, em uma das ações de vingança características dos senhores de terras no Pará – recordista brasileiro nesse tipo de crime.



Da redação, com agências