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Georgianos fazem manifestação monstro contra presidente

Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital da Geórgia, Tbilisi, nesta quinta-feira (9), exigindo a renúncia do presidente do país, Mikhail Saakashvili.

Líderes da oposição, que esperavam cem mil pessoas na manifestação, disseram que darão continuidade aos protestos até que Saakashvili renuncie e convoque uma nova eleição.



Pelo menos 60 mil pessoas se reuniram, à tarde, diante do parlamento, portando bandeiras de partidos oposicionistas e gritando ''renuncie''.



''Não temos outro modo, exceto ficar aqui até o fim, enquanto o Judas da política georgiana não renunciar'', discursou à multidão Levan Gachechiladze, líder oposicionista e ex-candidato a presidente do país.



Shota Utiashvili, porta-voz do Ministério do Interior, disse à emissora de televisão catariana al-Jazira que a polícia não interveio nas manifestações, nem tomaria atitudes radicais contra os manifestantes.



''Acreditamos que é direito do povo, que está descontente com o governo, protestar pacificamente, e respeitamos esse direito'', afiançou.



Utiashvili disse também que Saakashvili entendeu a insatisfação popular, mas ele não vai renunciar ao cargo até a próxima eleição, marcada para o ano de 2013.



De acordo com o correspondente Matthew Collin, da al-Jazira, embora os massivos protestos, Saakashvili ainda tem um considerável apoio popular.



''Há sinais de que Saakashvili ainda tem um bom patamar de popularidade'', afirmou. ''Muitos georgianos também desejam a continuidade da estabilidade'', completou.



''Eles estão cansados de intermináveis protestos nas ruas. Querem continuar suas vidas e desejam que a economia do país se desenvolva, e sentem que sua rebeldia política não vai torná-los mais felizes''.



Chamado pela unidade



A maioria dos participantes do protesto reside em Tiblissi, embora milhares de pessoas tenham vindo de cidades e distritos vizinhos à capital, de acordo com as fontes.



Segundo analistas, isso marca uma diferença em relação aos episódios de novembro de 2007, quando a polícia dispersou os últimos protestos contra o regime de Saakashvili a base de cassetetes, gás lacrimogênio e balas de borracha.



''Nos reunimos hoje aqui para mostrar aos dirigentes do país a ao mundo inteiro nossa união'', afirmou o líder da Aliança para a Geórgia e ex-embaixador georgiano na Organização das Nações Unidas (ONU), Irakli Alazana.



O ex-partidário do atual presidente lembrou que o povo depositou confiança em Saakshvili durante a denominada Revolução de Veludo, em 2003, mas hoje se sente enganado.



''Que ele fez para justificar esse apoio e para unir o país?'', perguntou o ex-diplomata para as câmeras de televisão.



''Por isso nos reunimos, com o propósito de mudar a direção da nação e fazer transformações por via pacífica, sem agressão nem insultos recíprocos'', concluiu Alazana.