Terceiro dia de protestos anti-Saakashvili na Geórgia
Milhares de pessoas voltaram a se manifestar nas ruas de Tbilisi, capitar da Geórgia, no terceiro dia consecutivo de protestos exigindo a derrubada do presidente Mikheil Saakashvili. Uma coligação de partidos oposicionistas liderou a demonstração deste sá
Publicado 11/04/2009 23:31
O número de manifestantes, porém, caiu significativamente. Fora 4 mil pessoas neste sábado, contra 60 mil na quinta-feira e 25 mil na sexta.
Nino Burjanadze, um dos líderes da oposição, conclamou os manifestantes a iniciar na segunda-feira uma nova onda de protestos. ''Ficaremos aqui até que o presidente renuncie'', afirmou.
Outro dirigente oposicionista, Koba Davitashvili, do Partido do Povo, disse que os manifestantes não podem vacilar. ''Não haverá diálogo com Saakashvili. O diálogo só é possível com um sentido, sua renúncia'', avaliou.
Saakashvili rejeitou os apelos à renúncia, enquanto se oferecia para conversações com a oposição. ''Existe pobreza no país, que foi agravada com a guerra e a crise econômica; nossos cidadãos estão enraivecidos devido a esses problemas. Eu também estou'', disse ele na quinta-feira. ''Não é fácil superar tudo isso… Requer unidade e diálogo'', agregou.
Oposição determinada
Giorgi Kandelaki, um parlamentar georgiano, declarou à TV árabe Al Jazira que caso Saakashvili não renuncie deve levar em conta as questões levantadas pela oposição. ''Esrte protesto mostra mais uma vez que o governo devia redobrar os esforços por um amplo diálogo político com a oposição'', afirmou.
Os protestos começaram na quinta-feira: Dezenas de milhares de georgianos se concentraram diante do Parlamento, portando bandeiras e gritando: ''Renuncie''.
Os líderes da oposição acusam Saakashvili de manipular a recente guerra Rússia-Geórgia e de fracassar na efetivação das prometidas reformas democráticas. Também o incriminam por trair os princípios da chamada Revolução Rosa, que o levou ao poder em 2003. A ''Revolução Rosa'' foi estimulada pelos Estados Unidos de George W. Bush, que também encorajou o ataque militar georgiano contra tropas russas, em agosto passado. O desastre militar, político e diplomático provocado por este último movimento criou as condições para a atual onda de protestos.
Matthew Collin, correspondente da Al Jazira em Tbilisi, disse que os as passeatas de sábado dirigiram-se para a residência oficial do presidente, assim como para a estação de TV, que eles acusam de veicular propaganda governist.
Porém o governo ordenou que a polícia não prendesse ou tocasse nos manifestantes a não ser que a multidão tentasse tomar prédios públicos, pois a Geórgia deseja ''ser vista como uma democracia no estilo europeu''. Em novembro de 2007, a tropa de choque da polícia usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água contra manifestações de milhares de pessoas, o que aumentou a impopularidade de Saakashvili.
Com informações da Al Jazira