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Metade dos brasileiros fica menos de dois anos no emprego

Um estudo feito pela Universidade de Brasília (UnB) aponta que metade dos trabalhadores brasileiros do setor privado que têm carteira assinada fica menos de dois anos no emprego. O levantamento é baseado em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, feita

O autor da pesquisa, o sociólogo Roberto Gonzales, afirmou que essa rotatividade se justifica por questões salariais e de políticas das próprias empresas. “Essa rotatividade não é derivada apenas de desligamentos voluntários. É, em grande medida, resultado de demissões e isso tem muito a ver com o quadro institucional e a cultura das empresas, que permite que elas façam ajustes constantes no seu quadro de pessoal”, explicou.

De acordo com a pesquisa, 50% dos empregos duram menos de 24 meses, 25% duram menos de oito meses e 25% têm duração maior que cinco anos. O levantamento também mostra que todos os anos 40% das pessoas que trabalham com carteira assinada perdem o emprego.

A maior permanência no mesmo emprego está na indústria de transformação. No Distrito Federal, a permanência é de 49 meses e, em São Paulo, de 61 meses. Isso se deve ao fato de esse tipo de trabalho exigir experiência técnica e ao fato de os trabalhadores do setor serem mais bem organizados em sindicatos.

Gonzales disse ainda que essa alta rotatividade tem implicações salariais e acaba dificultando a construção de uma carreira profissional. “Além disso, há outra consequência que não é individual, mas coletiva. Na verdade, isso é um mecanismo que diminui a identificação das pessoas com o seu emprego e acaba sendo algo que freia a capacidade das pessoas de ter condições melhores de emprego coletivamente”, acrescentou.


Fonte: Agência Brasil