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África do Sul deve eleger hoje Zuma presidente

Mais de 23 milhões de sul-africanos comparecem, nesta quarta-feira, às urnas para participar das quartas eleições gerais, desde o fim do apartheid em 1994. O pleito deve resultar, mais uma vez, na vitória do Congresso Nacional Africano (ANC), com o líd

Os sul-africanos elegem uma nova Assembleia Geral, na qual os deputados escolherão o novo presidente, e os parlamentos provinciais. Em um ambiente tranquilo, milhares de pessoas formavam longas filas diante dos quase 20.000 centros de votação espalhados por todo o país.

Amplamente majoritário desde a instauração da democracia multirracial, em 1994, o ANC volta a aparecer como o grande favorito. De acordo com as pesquisas, o partido deve obter mais de 60% dos votos.

A maioria dos eleitores na África do Sul é negra e pobre o que, segundo analistas, deve favorecer o ANC com sua plataforma de combate à pobreza e mudanças radicais no país.

Zuma, 67 anos, deve, portnato, ser designado chefe de Estado pelos deputados eleitos nesta quarta-feira. Sua chegada ao poder acabará com uma crise política entre seus partidários, apoiados pelos sindicatos e pelo Partido Comunista, e os mais ligados ao ex-presidente Thabo Mbeki.

Este último, que perdeu a liderança do ANC em dezembro de 2007, foi obrigado a renunciar à presidência do país nove meses mais tarde.

Jacob Zuma, que foi indiciado por corrupção poucos dias depois de assumir o comando do partido, obteve duas semanas antes das eleições o arquivamento das ações judiciais contra ele. A campanha eleitoral, então, foi dominada por questões judiciais, em detrimento dos enormes problemas econômicos e sociais que o país continua enfrentando 15 anos depois do fim do segregacionismo.

Mais de 43% dos 48,5 milhões de habitantes da maior economia do continente africano vivem com menos de dois dólares por dia. O desemprego se aproxima de 40% e os empregos existentes estão sob ameaça da crise mundial.

Zuma prometeu combater os problemas, mas a tarefa será complicada pela desaceleração econômica. Depois de anos de crescimento, a África do Sul registrou no último trimestre de 2008 uma contração de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, de 90 anos, votou durante a manhã.

Mandela entrou no local de votação com a ajuda de um político local e foi recebido com gritos e aplausos pela multidão. Ele respondeu com acenos antes de depositar a cédula na urna.

O Prêmio Nobel da Paz apareceu publicamente no domingo no comício de encerramento da campanha para apoiar o partido governista em um comício ao lado do líder do ANC.

Jacob Zuma também votou durante a manhã. Ele afirmou que, desde jovem, “sabia que este dia chegaria”, enquanto era aclamado por um grupo de simpatizantes.

A oposição ganhou um reforço neste pleito. Além da tradicional Aliança Democrática, o ANC enfrenta também a concorrência do Congresso do Povo (Cope, na sigla em inglês), um novo partido formado por dissidentes do ANC e correligionários do ex-presidente Thabo Mbeki.

Durante a campanha, os adversários do governo tentaram explorar fracassos econômicos do ANC e plantar dúvidas sobre a integridade de Zuma. Apelaram diretamente à classe média negra e branca, mas tudo indica que ficarão relegados ao segundo plano.

Na atual Assembleia Nacional, o ANC conta com 279 deputados (69,75%), enquanto a Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) tem 50 cadeiras (12,50%), o Partido Inkhata da Liberdade (IFP, em inglês) possui 28 (7%) e os demais da oposição somam 43.

O país terá de “esperar até o sábado (25) ou o domingo (26) para poder conhecer os resultados oficiais das eleições”, disse a presidente da Comissão Eleitoral Independente (CEI), Pansy Tlakula, mas os resultados parciais começarão a ser divulgados nesta quinta-feira.

Com agências