Chico Lopes: ''PMDB está indo com muita fome ao prato''

Deputado diz que partido já tem cargo demais no Governo

Na contramão do que muitos da base do governador Cid Gomes (PSB) defendem, o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) alerta: “o PMDB está indo com muita fome ao prato e, por isso, pode ter uma indigestão”. A fala refere-se às reivindicações dos parceiros no tocante à vice-governadoria a partir de 2011, hoje comandada pelo PT.


 


O assunto está gerando polêmica, porque, além de articular-se para ficar com a vice, o PMDB também exige o apoio do PSB – e, consequentemente, de toda a base – para a candidatura do deputado federal Eunício Oliveira ao Senado. Essa seria uma forma de compensar o reforço dado pelo partido à eleição de Cid em 2006.


 


Na avaliação de Chico, o PMDB já tem cadeiras demais no Governo e é beneficiado com cargos da área federal, com cinco Ministérios. Além disso, o parlamentar ressaltou as negociações para a legenda ocupar a vaga de vice-presidente na chapa encabeçada por Dilma Rousseff (PT) em 2010.


 


Por conta disso, o comunista defendeu a permanência da vice-governadoria continue com Francisco Pinheiro, que, para Lopes, está desenvolvendo um bom trabalho e contribuindo para boa parte das ações do Executivo ser exitosa. “Ele foi uma grata surpresa. Quero que ele continue no cargo até 2014”, argumentou.


 


Só no campo das ideias


 


Já no caso da candidatura do PCdoB ao Senado foi classificada por ele como “apenas um projeto político”. Isso porque a chapa precisaria ter o aval de Cid Gomes, que ainda não manifestou-se sobre a questão, dando sinal verde apenas para o PMDB. Atrelado a isso, teria o desejo do PT de também postular a cadeira, o que impossibilitaria o lançamento de um representante comunista.


 


Ele revelou que tem a pretensão de concorrer à re-eleição, mas, se for o caso, pode abrir mão do mandato na Câmara para disputar o Senado. Entretanto, ponderou: “se o governador não declarar que apoia o nosso candidato, o PCdoB não vai se meter numa aventura correndo risco”.


 


Transitório


 


Porém, mesmo com as declarações de apoio de Chico Lopes, Pinheiro parece estar preocupado não com a manutenção do mandato, mas vislumbrando novos horizontes. Mais precisamente a Câmara Federal.


 


Em diversas ocasiões, o petista já admitiu a vontade de disputar uma vaga em Brasília. E tudo porque considera legítimo o pedido do PMDB de querer ser o “braço-direito” de Cid e por dizer que não é apegado a cargos. “Não sou o dono (vice-governadoria). Sei que é transitório e não eterno”, justifica.


 


Fonte: Jornal O Estado