Construção de campus da UFC em Quixadá ainda gera polêmica

Grupos divergentes vão às ruas de Quixadá para protestar ou defender construção de campus da UFC

De um lado, professores e estudantes do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia (Ifete), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Liceu de Quixadá. Do outro, ambientalistas, alunos de diversas escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio da cidade. Com idéias opostas, focados em um mesmo propósito, a construção do campus da UFC numa área de entorno do Açude do Cedro, marcham pelas ruas da Terra dos Monólitos, polemizando ainda mais o embargo da obra, ocorrido no início do mês.


 


O grupo favorável à construção do campus no local, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a pedra fundamental em fevereiro do ano passado, percorreu o Centro de Quixadá alertando a população para os prejuízos causados pela paralisação realizada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Segundo os responsáveis pelo movimento, o embargo está pondo em risco a concretização do complexo de Ensino Superior. Caso o projeto não seja concluído até o fim do ano, a verba retornará para os cofres do Governo Federal.


 


Lutando contra o que chama de manipulação anti-ambientalista, a frente de resistência à execução do projeto — nas proximidades do Serrote da Nariguda, uma das unidades de conservação dos Monólitos de Quixadá —, seguiu da Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) até o canteiro, situado à margem da via de acesso ao Açude do Cedro. Demonstravam a mesma disposição, todavia, a favor da transferência do projeto para um local considerado por eles adequado à edificação do projeto na cidade.


 


Missão parlamentar


 


Alheia, e demonstrando até indiferença à disputa, a população de Quixadá apenas observou as manifestações realizadas no fim de semana. Mas o caso chamou a atenção dos vereadores. Uma missão parlamentar da Câmara Municipal visitou o local. Agora, pretendem promover uma audiência pública. A sessão especial deverá ocorrer após a conclusão das análises técnicas realizadas pela Semace e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


 


Os cinco hectares destinados à obra estão situados em terras administradas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A doação do terreno para construção do complexo partiu de uma articulação feita por lideranças políticas junto ao Governo Federal. O então prefeito Ilário Marques, hoje procurador do município, o ex vice-prefeito Cristiano Góes e o deputado federal José Pimentel, atual ministro da Previdência, lutaram pela implantação do primeiro campus federal na região.


 


A sede contará com um prédio de dois pavimentos e um total de 1.200 m² de área construída, englobando quatro salas de aula, três laboratórios de informática, sala do Centro Acadêmico, biblioteca, salas de estudo para os estudantes, gabinetes individuais para os professores e dependências de apoio administrativo. A expectativa é de que esteja concluída até o fim do ano. O cumprimento do cronograma viabilizará a implantação de mais cinco cursos. A obra está orçada em R$ 986 mil.