Irã considera críticas de secretário da ONU 'irresponsáveis'
O Irã considerou, nesta quarta (22), ''irresponsáveis'' as críticas do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na conferência das Nações Unidas sobre o Racismo. No encontro, ele havia acusado Israel d
Publicado 22/04/2009 14:58
''O Irã protesta fortemente perante a irresponsável e injustificada declaração do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em relação às afirmações do presidente'', disse o representante iraniano na conferência, Ali Reza Moaiyeri, usando o direito de réplica.
Ahmadinejad denunciou, na última segunda-feira, o ''racismo'' de Israel e a cumplicidade dos Estados Unidos e de alguns governos ocidentais na política israelense contra os palestinos. Também criticou a ''política repressiva'' e a ''brutalidade'' dos israelenses contra os palestinos.
Duas horas depois do discurso do dirigente iraniano, o responsável da ONU emitiu uma declaração, na qual sustentou que as falas de Ahmadinejad iam contra os objetivos da conferência, que busca relançar um plano de ação internacional para combater o racismo, a xenofobia e outras formas de intolerância.
Para Ban, o discurso do presidente do Irã tornou ''significativamente mais difícil encontrar soluções construtivas para o problema real do racismo''.
''No discurso do presidente do Irã, não houve nenhuma acusação, nem nenhuma incitação, como irresponsavelmente alegou o secretário-geral'', disse hoje Moaiyeri.
Além disso, o embaixador iraniano criticou o ministro de Assuntos Exteriores da Noruega e os representantes da Argentina, Suécia, Reino Unido, França e Áustria, devido a seus comentários sobre o discurso de Ahmadinejad.
Em relação a todas as críticas, Moaiyeri disse que o Irã ''rejeita com toda força essas declarações irrelevantes e as considera totalmente inaceitáveis e fora de contexto''.
O embaixador iraniano também aproveitou seu direito à réplica para criticar ''a visão estreita que alguns têm da liberdade de expressão, em prol de esconder realidades desagradáveis que ocorrem particularmente contra muçulmanos em uma parte do mundo ou contra suas crenças em muitas outras partes''.
O documento oficial da conferência foi aprovado, ontem, por consenso e sem modificações, por isso não inclui nenhuma referência a Israel, nem aos territórios ocupados, mas sim ao Holocausto e à necessidade de não esquecê-lo.
A conferência sofre o boicote de Israel, Estados Unidos, Itália, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Polônia, Alemanha, Holanda e República Checa.
Fonte: EFE