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Venezuela: líder da oposição pode se tornar foragido

O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu que o líder opositor Manuel Rosales se tornará foragido da Justiça, caso continue sem apresentar sua defesa  no julgamento que enfrenta por corrupção. Rosales, prefeito de Maracaibo e ex-gov

“Ontem ele (Rosales) deveriater se apresentado para demonstrar sua inocência, porque, na Venezuela, há presunção de inocência até que se demonstre o contrário. Porém, parece que está fora do país”, disse o ministro do Interior, Tareck el-Aissami.
“Caso ele não vá aos tribunais competentes, será um foragido da Justiça e, em consequência, serão ativados os mecanismos legais para sua captura internacional”, reiterou o ministro em coletiva de imprensa.

Aissami ressaltou que o ex-candidato presidencial enfrenta acusações que se referem a “delitos de corrupção, e não de natureza política”. A ausência de Rosales no tribunal de Caracas encarregado da causa levou a corte a fixar para 11 de maio outra audiência.

O político, candidato opositor nas eleições presidenciais de 2006 e atual prefeito da cidade ocidental de Maracaibo, disse que ir ao tribunal “seria um sacrifício inútil”. Por isso, anunciou, através de dirigentes de seu partido, que pediria “asilo político” em um “país amigo”.

Tareck el-Aissami afirmou ainda que “a imprensa de direita” pretende armar “um julgamento paralelo nos tribunais midiáticos, tentando impor uma opinião” de que Rosales é um perseguido político.

“Desmentimos categoricamente que ele seja um perseguido político. Não há absolutamente nada mais” que um processo judicial penal que recentemente foi iniciado contra ele, frisou o ministro.

Posição no Peru

O líder nacionalista peruano Ollanta Humala disse, nesta quarta-feira, que o governo peruano deve estudar o pedido de asilo político solicitado por Manuel Rosales, para verificar “se ele merece ou não”. Humala, ex-candidato presidencial e ex-oficial do Exército, declarou não ser contra a concessão do asilo, mas reconheceu não ter informações detalhadas sobre o caso.

Rosales – que enfrenta em seu país um processo por enriquecimento ilícito quando era governador de Zulia, entre os anos 2000 e 2004 – chegou ao Peru como turista e, ontem, solicitou ao país o  asilo político. Segundo o advogado do venezuelano em Lima, Javier Valle Riestra, o governo peruano deve responder ao pedido em até dois meses.

Para Humala, o Peru deve estudar o caso e a atuar “com justiça”, sem esquecer que o asilo político “é uma instituição reconhecida internacionalmente”.

“Temos que esperar prudentemente que o governo se pronuncie” sobre o pedido de Rosales, afirmou o líder nacionalista em entrevista à rádio San Borja, considerando também que a comissão de Relações Exteriores do Congresso deverá consultar o chanceler peruano, José Antonio García Belaunde, para obter detalhes sobre o pedido.

Também em Lima, Timoteo Zambrano, vice-presidente do partido fundado por Rosales (Um Novo Tempo), ratificou a denúncia feita pelo prefeito de Maracaibo, de que ele está sendo perseguido pelo governo de Hugo Chávez e afirmou não existem garantias de que na Venezuela o julgamento será imparcial.

Nas eleições de 2006, quando concorreu às presidenciais, Humala contou com o apoio de Chávez e foi derrotado pelo atual presidente Alan García.

PSUV

O coordenador do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) na Assembléia Nacional, Mario Isea, convidou o governo de Peru a analisar detidamente o caso de Manuel Rosales. Isea disse ao programa Acordou Venezuela, da Venezuelana de Televisão, que Lima deve recordar o caso do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), quando se pediu sua extradição ao Chile.

Nessa ocasião, a Corte Suprema do Chile aprovou a extradição ao Peru de Fujimori, por dois delitos de violações dos direitos humanos e cinco de corrupção.

Na última terça-feira, o presidente da Comissão Permanente de Política Exterior da Assembléia Nacional, Roy Daza, informou que a solicitação de asilo político realizada por Rosales não procede segundo a Convenção Sobre Asilo Territorial de Caracas, implementada desde dezembro de 1954.

Afirmou que o pedido do ex-governador do Zulia às autoridades do Peru fica invalidado, porque ele não está sendo submetido a nenhuma perseguição política.
“Rosales está acusado por corrupção administrativa e não por outra coisa”, sublinhou.

Com agências