Chuvas geram desabrigados e caos em Teresina

Enquanto na zona norte, famílias perdem suas casas com as enchentes, o centro e a zona leste da capital tem suas avenidas tomadas pela água.

Nos últimas semanas, Teresina tem vivenciado situações dramáticas com as chuvas. Cercada por dois rios, Poti e Parnaíba, a cidade convive ao mesmo tempo com a realidade dos desabrigados, a maior parte deles residentes da zona Norte da capital, e com suas áreas nobres intrafegáveis pela ausência de galerias.


 



O rio Poti é o maior motivo de preocupação. Desde o início do período chuvoso, ele subiu mais de 6 metros e chegou a invadir a Avenida Cajuína, via de tráfego intenso na zona Leste. Esta é, aliás, uma das mais atingidas com as chuvas. A principal razão desses problemas é a falta de um sistema de drenagem eficiente. Teresina, que deveria ter 320 quilômetros de galerias, conta com apenas 10% desse total, 32.


 



De acordo com a Prefeitura, seriam necessários, no mínimo, R$ 320 milhões para sanar as dificuldades imediatas da capital. Para o Superintendente de Desenvolvimento Urbano Centro Norte, Marco Antônio Ayres, não há recursos suficientes. “Nenhuma prefeitura do Nordeste ou mesmo do Sul do país, tem dinheiro para resolver o problema da drenagem”, afirma.


 



Enquanto o Centro convive com o caos diário de ruas inteiras transformadas em rios, famílias da periferia de Teresina perdem as casas em deslizamentos e alagamentos. Na última quinta-feira, moradores do conjunto habitacional Novo Milênio foram obrigadas a deixar suas casas na região do bairro Todos os Santos, zona Sudeste. Abrigos estão sendo disponibilizados para atender aos desabrigados mas, em pouco tempo, a moradia improvisada será insuficiente.


 



Foram 48 seguidas de chuva este final de semana que colocaram a cidade sobre alerta máximo. Segundo a Chesf, o rio Poti deve subir mais 70 centímetros só nesta segunda-feira (4) e a previsão é de mais chuvas fortes.