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Evo Morales critica Peru por conceder asilo a ex-ministro

O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou o presidente peruano, Alan García, qualificando como “grosseira” sua atitude de conceder asilo político ao ex-ministro do Desenvolvimento Econômico boliviano Jorge Torres Oblea. O ex-ministro é a

Segundo Morales, o presidente peruano estaria “cometendo um grave crime, porque revisamos as normas do Estado peruano e não podem dar asilo a pessoas que cometeram crimes de lesa-humanidade e que estão sendo acusadas”.

O asilo político a Torres Obleas foi anunciado na última sexta-feira pelo governo peruano. O mesmo pedido foi feito também pelos ex-ministros Yerjo Kukoc, Mirtha Quevedo e Javier Torres Goitia, todos ministros da gestão do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003) e que enfrentam processos em La Paz.

O julgamento, cujo principal acusado é o ex-presidente, começará no próximo dia 18 e evolve sete ex-ministros e cinco ex-comandantes. Todos são acusados do genocídio de 63 pessoas no “outubro negro”, em 2003. As mortes foram cometidas durante uma repressão a protestos sociais contra um projeto de exportação de gás boliviano para os Estados Unidos através de portos do Chile; as manifestações obrigaram Sánchez de Lozada a renunciar.

“Quero dizer ao companheiro baixo do Peru, Alan García, que não tem porque proteger criminosos no povo peruano”, disse Morales neste domingo, expressando também que espera que o governo de García “não cometa um erro, como uma ofensa ao povo peruano ou ao povo boliviano, concedendo asilos” a ex-ministros da Bolívia. 

“Não é possível que o presidente peruano cometa o mesmo erro do ex-presidente (George W.) Bush de proteger os criminosos que escaparam”, disse Morales, recordando que Sánchez de Lozada e vários de seus ministros fugiram para os Estados Unidos em 2003, onde se encontram até hoje. O mandatário boliviano pediu ainda que o governo peruano “não encubra delinquentes, não proteja criminosos”.

Segundo o chanceler boliviano, David Choquehuanca, “há normas internacionais, causais (para a concessão de asilo) e quando se trata de crimes de lesa-humanidade, o asilo não procederia”. Com as novas críticas, Morales retomou a tensão nas relações com García, ocasionada pela diferença em relação à Comunidade Andina de Nações (CAN) e também pela demanda histórica boliviana de um acesso ao Oceano Pacífico.

Fonte: Ansa