Líder do PCdoB vê indícios para discussão de CPI para investigar Governo Yeda
Segundo o parlamentar comunista, suspeitas reiteradas por reportagem da Revista Veja abalam o governo Yeda Crusius.
Publicado 11/05/2009 14:48 | Editado 04/03/2020 17:11
Denúncias reiteradas. É assim que o deputado Raul Carrion refere-se ao novo episódio envolvendo o governo tucano no Rio Grande do Sul. As supostas práticas de caixa dois e desvio de recursos na campanha tucana ao Palácio Piratini, em 2006, foram relatadas em reportagem publicada na revista Veja desta semana. “Requentada é forma de colocar reiterado sob forma pejorativa”, disse referindo a termo usado pela governadora Yeda em entrevista no último sábado.
Durante o Programa Polêmica, da Rádio Gaúcha desta segunda-feira (12), Carrion lembrou que as denúncias contra Yeda não são novas. “Começou com o Delegado Tubino, veio com inconsistência da aquisição da casa, com um valor anunciado bem mais alto que o declarado, seguiu com a inconsistência da venda do apartamento na praia e a denúncia de que pai do ex-secretário Delson Martini comprou o imóvel pra dar cobertura à negociata. O PSOL já havia comentado a existência destas fitas mencionadas pela Revista Veja. Não se pode ignorar essa sucessão de denúncias gravíssimas”, disse.
À necessidade de apuração deve-se unir cautela, segundo o deputado. “O que não podemos permitir é que o Executivo esteja sangrando em praça pública. O maior interessado em esclarecer essas denúncias deve ser a governadora Yeda.”
Carrion ainda citou os fatos que somam-se e garantem a instalação da CPI, no seu entender: a afirmação da fumageira Alliance One de doação à campanha, não declarada à Justiça eleitoral, a reafirmação pela Veja de que as fitas existem, a declaração do vice-governador Paulo Feijó de que é favorável à investigação do Legislativo e o pedido da OAB feito ao MPE para que confirme a existência das gravações feitas pelo lobista Lair Ferst.
O ex-procurador-geral de Justiça Mauro Renner confirmou nesta segunda-feira que o surgimento de fatos novos abre caminho para a reabertura da investigação sobre a compra da casa de Yeda, que o Ministério Público arquivou por não ter encontrado irregularidades.
Isabela Soares