ONU: Bloqueio de Israel a Gaza é totalmente inaceitável
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou nesta segunda-feira (11) que a decisão de Israel de manter fechados os acessos à Faixa de Gaza e bloquear a ajuda humanitária à população do território palestino é “totalmente inaceitável”.
Publicado 11/05/2009 20:17
“Eu estou convencido de que a política de manter o bloqueio a Gaza não debilita os adversários de Israel nesse território, mas provoca danos de maneira incalculável à estrutura da vida civil”, assinalou.
O secretário-geral da ONU fez as declarações durante a abertura de uma reunião de chanceleres dos 15 Estados membros do Conselho de Segurança para debater a renovação do processo de paz e para uma solução “justa e duradoura” do conflito entre Israel e Palestina.
O diálogo entre israelenses e palestinos, iniciado após a cúpula realizada na cidade americana de Annapolis, em novembro de 2007, foi interrompida pela ofensiva militar que Israel manteve durante 22 dias em dezembro e janeiro últimos contra Gaza.
Nem Israel, nem a Autoridade Nacional Palestina estão representados nesta reunião, presidida pelo ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov cujo país está encarregado de conduzir os trabalhos do Conselho de Segurança durante o mês de maio.
Ban condenou o bloqueio israelense a Gaza porque quatro meses depois da violenta ofensiva ordenada por Telavive contra a empobrecida região palestina, a ONU não pôde ainda ajudar a população danificada pela agressão a reparar os danos.
“Isso é totalmente inaceitável”, declarou.
O secretário-geral também instou o governo de Telavive a mudar sua política de construção de assentamentos de “colonos” judeus em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
“Chegou o momento para Israel mudar de maneira fundamental sua política nesse sentido, como repetidamente tem prometido e não cumprido”, disse Ban.
De acordo com Ban, as futuras ações de Israel em assuntos cruciais como Jerusalém, os refugiados e o bloqueio das fronteiras “será a verdadeira prova do compromisso de Israel com uma solução baseada na existência de dois Estados”.
Por sua vez, Lavrov destacou durante a abertura da reunião do Conselho de Segurança que o mais importante é “obter a renovação do processo de paz, que não recomece do zero, mas que aproveite o ímpeto que havia antes”.
O chefe da diplomacia russa expressou seu apoio à iniciativa de paz árabe, e advertiu que o caminho rumo a um Oriente Médio sem ocupação e terrorismo está repleto de dificuldades.
A reunião de hoje no Conselho de Segurança começou rodeada de incertezas, pela decisão do novo governo do direitista partido Likud, Benjamín Netanyahu, de relegar a um segundo plano o processo de paz com os palestinos.