Presidente georgiano nega envolvimento russo em motim
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, negou nesta segunda-feira (11) a existência de evidências claras de que a Rússia tivesse ligação com a suposta tentativa de golpe de Estado realizada na semana passada.
Publicado 11/05/2009 16:40
Logo em seguida ao motim militar em uma base do exército georgiano, Saakashvili alegou que haviam fortes evidências de que o serviço secreto russo estava por trás do motim na unidade de blindados, de acordo com informações divulgadas pela agência russa RIA-Novosti.
Entretanto, Saakashvili disse à rádio Echo, de Moscou, nesta segunda-feira, que ele “nunca dissera que tinha informações precisas sobre o caso”.
Saakashvili disse que a Geórgia não tem a intenção de provocar a Rússia, já que isso não seria diferente de um suicídio para seu país.
Autoridades georgianas declararam que um ocorreu um motim em 5 de maio, quando cerca de 500 membros de um batalhão de blindados estacionados em uma base militar em Mukhrovani, a 30 km da capital Tbilisi, anunciaram que se recusavam a seguir ordens do comando militar do país. O motim terminou pacificamente e a maioria dos participantes se rendeu.
O ministro do Interior da Geórgia disse, no mesmo dia, que o motim tinha sido apoiado pela Rússia, em uma tentativa de derrubar a liderança georgiana.
Algumas mídias locais relataram que ao mesmo tempo o chefe de estado georgiano acusou a Rússia de conspirar com ex-oficiais do exército na condução de um golpe de Estado.
A mídia russia relatou nesta segunda-feira que a Geórgia prendeu dois importantes comandantes do exército relacionados com a tentativa de golpe de semana passada.
Os comandantes da primeira e da terceira brigada de infantaria, David Sulkhanishvili e Kakha Kobaidze, foram detidos depois de não informar seus superiores sobre o motim.
“Esses indivíduos sabiam sobre os organizadores e os participantes do motim na base militar de Mukhrovani. Entretanto, não informaram seus superiores diretos ou agentes da lei sobre isso”, diz o chefe da divisão de investigação da polícia militar, Gaga Kirkitadze, segundo nota da agência russa Interfax.
Ele afirmou que esses dois oficiais, que foram demitidos de seus postos, serão enquadrados por cumplicidade, que é um crime grave no código militar do país.