Agricultores prejudicados pela enchente dos rios querem anistia financeira

Os agricultores familiares prejudicados pelas cheias dos rios do Estado ganharam um aliado na luta pela anistia das suas dívidas junto à Agencia de Fomento do Amazonas (Afeam). Nesta terça feira, 12, o secr

Lideranças agrícolas de mais de 20 municípios amazonenses aproveitaram a reunião para entregar o documento, elaborado pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Amazonas (Fettagri) ao titular da Sepror. O conteúdo revela dezenas de reivindicações do setor, direcionadas a diversos órgãos da administração estadual e faz parte do movimento do Grito pela Terra, atividade nacional promovida pela categoria.



 


Participaram da reunião do conselho, representantes de diversas instituições ligadas ao setor primário, como Federação da Agricultura do Amazonas (Faea), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), Banco do Brasil, Banco da Amazônia, entre outros. O principal tema da pauta foi a renegociação de dívidas perante a Afeam. 



 


De acordo com Izete Rabelo, presidente da Fettagri, atualmente existem 21.866 agricultores atrasados com o pagamento de seus financiamentos junto à Afeam. Desse total, quase 17 mil estão inadimplentes há mais de um ano. Ela afirma que com a cheia dos rios, a situação só tende a piorar e que esse é o momento em que a intervenção do Estado faz-se necessária. “O que nós queremos é uma renegociação com juros proporcionais aos que foram negociados para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ou seja, de 70 a 90% de anistia para as dividas e a renegociação para pagamento do restante”, afirma Izete.



 


O titular da Sepror sensibilizou-se com as solicitações dos agricultores. Ele concorda que não se pode exigir que um produtor que perdeu tudo com o aumento das águas, tenha como pagar um financiamento, mas que é preciso ter cautela quando o assunto é concessão de anistia de dívidas. “Nessas horas, infelizmente aparecem muitos aproveitadores, que não foram prejudicados mas querem ter suas dívidas perdoadas”, lamenta Eron. “É por isso que o Idam e a Sepror estão realizando um levantamento quantitativo por município dos prejuízos efetivos que as lavouras sofreram. Só assim vamos saber realmente quem perdeu e o que perdeu com as cheias dos rios”, afirma o secretário. 



 


De acordo com Eron, diversas ações estão sendo realizadas pelo governo estadual, por meio da Sepror, em relação aos prejuízos gerados pela enchente. Dentre elas, destacam-se uma renegociação geral de dívidas junto às instituicões federais de crédito rural, que a secretaria e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vão realizar para quem foi atingido pelas águas. Além disso, em Anamã, balsas alugadas pela secretaria estão retirando a população das áreas alagadas, assim como em Manacapuru, cerca de 130 cabeças de gado estão sendo mantidas em uma balsa para serem devolvidas aos seus proprietários quando as águas baixarem.



 


“Mesmo com todas essas ações pontuais, não podemos pensar apenas em solucionar o problema momentaneamente. Por isso, a Sepror já está programando uma ação ofensiva de crédito com fornecimento de sementes para que, assim que as águas voltem ao nível normal, os agricultores possam retornar às suas atividades”, conclui


 


Sepror AM


 


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