Déficit dos EUA vai a quase US$ 2 tri com a crise
O déficit do orçamento federal dos Estados Unidos deverá subir para o recorde de US$ 1,841 trilhão neste ano fiscal, US$ 89 bilhões a mais do que o esperado anteriormente, por causa da fraqueza da economia e do custoso resgate financeiro, afirmou a Cas
Publicado 12/05/2009 12:46
Em sua visão geral do orçamento em fevereiro, a Casa Branca previu déficit orçamentário de US$ 1,752 trilhão no ano fiscal 2009 e de US$ 1,171 trilhão no fiscal 2010. Mudanças em uma série de projeções de gastos e tributos estão impulsionando o déficit no curto prazo, principalmente como resultado dos problemas contínuos da economia norte-americana.
O diretor de orçamento da Casa Branca, Peter Orszag, afirmou que a previsão fiscal, detalhada em documentos divulgados nesta segunda-feira pelo Escritório de Gestão e Orçamento, deve-se “em grande parte” a problemas herdados do governo Bush. O escritório espera que a arrecadação total do governo caia quase 15%, ou US$ 368 bilhões, este ano. Como percentual do produto interno bruto, a receita deve diminuir para o menor nível desde 1950, de 15,1%.
Turbilhão
Em meio ao turbilhão que sacode a ecponomia norte-americana, o presidente Barack Obama começou a reverter a herança fiscal recebida de George W. Bush, restabelecendo alíquotas de impostos mais altas sobre os maiores rendimentos e suprimindo benefícios fiscais concedidos a numerosas empresas. De acordo com o Livro Verde do Tesouro americano, deverá ser restabelecida a alíquota máxima de 39,6%, suprimida em 2001 pelo governo do presidente George W. Bush.
Em contrapartida, o documento anuncia reduções de impostos para a classe média, seguindo as promessas de campanha de Obama. Estas modificações — se aprovadas — deverão entrar em vigor no exercício fiscal 2010-2011, diz o departamento do Tesoro em seu Livro Verde, no qual são detalhadas as receitas previstas no orçamento do Estado Federal.
O governo Bush havia reduzido a maior alíquota do imposto de renda para pessoas físicas de 39,6% para 35% em 2001. Para o exercício em curso, essa taxa se aplica aos contribuintes com rendimento superior a 372.950 dólares anuais (por casal). Segundo o Tesouro, o piso a partir do qual será aplicada a taxa de 39,6% a partir de 2011 será indexado à inflação.
O Livro Verde também anuncia que poderá entrar em vigor a alíquota de 36% (a segunda maior) para as famílias com rendimento superior a 250.000 dólares, e que havia sido reduzida para 33% em 2001. As reduções de impostos prometidas à classe média por Obama vão alcançar 736 bilhões de dólares em 10 anos, o que deverá permitir a uma “família típica” economizar 800 dólares anuais.
Déficit recorde
As pequenas e médias empresas vão obter, por sua vez, reduções de impostos de até 100 bilhões de dólares no mesmo período, acrescentou o Tesouro. “Mediante os benefícios fiscais concedidos a pequenas empresas e a famílias de classe média, assim como a aplicações em inovações, investiremos diretamente em nossas comunidades, criando novos empregos, encaminhando nossa nação para a recuperação”, disse o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.
Inversamente, o governo anuncia a suspensão de várias dezenas de isenções fiscais que representam “centenas de milhares de milhões de dólares para o Estado”. O Tesouro anuncia assim o fim de vantagens fiscais para as companhias de petróleo, especialmente as que insidem sobre a exploração e a perfuração. As pequenas e médias empresas americanas saem beneficiadas, podendo obter até 99 bilhões de dólares em reduções de impostos em 10 anos.
Já a Casa Branca revisou em alta sua previsão de déficit para o exercício fiscal em curso, em cerca de 90 bilhões de dólares, e outro tanto para 2009-2010. O governo trabalha, agora, com um déficit recorde de 1,84 trilhão de dólares em 2008-2009 e 1,25 trilhão no próximo ano.
Com agências