Passado nazista de Bento XVI é lembrado em visita a Israel
O Vaticano suou nesta terça-feira (12) para defender o papa Bento XVI das críticas que seu discurso, feito no memorial do holocausto Yad Vashem, despertaram na segunda-feira, quando religiosos judeus lamentaram a ausência das palavras “alemães” e
Publicado 12/05/2009 19:22
Em busca de melhorar o passado guerreiro do papa, o Vaticano foi tão longe que enlameou as águas onde pisou. Aparentemente, a Igreja Católica revisou e depois tentou retratar a história do papa durante a guerra, em sua primeira visita como pontífice a Israel.
Em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, um dos porta-vozes do Vaticano, o padre Federico Lombardi, contradisse a própria autobiografia de Bento XVI, ao dizer que ele, nascido e criado na Baviéra no início do século passado, “nunca, nunca, nunca” pertenceu à Juventude Hitlerista.
Pouco depois, no mesmo dia, o padre Lombardi tentou esclarecer seus comentários, dizendo que Bento “foi forçado” a entrar para a Juventude Hitlerista, um fato que o ex-cardeal Josef Ratzinger, sempre reconheceu abertamente.
O padre Lombardi alegou que queria conter os comentários negativos, especialmente os feitos pela mídia israelense, de que Bento teria sido um entusiasmado nazista em sua juventude. “Esse acontecimento da Juventude Hitlerista não tem nenhum papel em sua vida e em sua personalidade”, saiu tropeçando o padre.
Políticos e religiosos israelenses já vinham criticando Bento 16, acusando-o de não ter condenado o suficiente o holocausto durante seu discurso na segunda-feira, o primeiro dia de visita à Israel e os territórios palestinos.
Nesta terça-feira em Jerusalém, o papa se tornou o primeiro pontífice a visitar o Domo da Rocha, que está entre os principais monumentos do Islamismo, do Judaísmo e do Cristianismo, e depois foi ao Muro das Lamentações, um dos locais mais sagrados para os judeus.
“Hoje tenho a oportunidade de repetir que a Igreja Católica está definitivamente comprometida com uma reconciliação genuína e duradoura entre cristãos e judeus”, disse ele.
Pouco depois, durante uma missa, o papa disse que o fato de que tantos cristãos deixaram a região é uma “realidade trágica”. “Na Terra Santa há lugar para todos”, disse ele.
Ao encontrar o grande mufti, a autoridade religiosa mais importante da Palestina, o papa falou sobre as raízes comuns do judaísmo, cristianismo e islamismo, contando a estória de Abraão e Jerusalém. “Aqui, as raízes das três grandes religiões monoteístas do mundo se encontram, lembrando-nos o que elas têm em comum”, disse o papa.
“Vim a Israel em uma jornada de paz”, afirmou.
O grande mufti, Mohammed Hussein, entregou ao papa uma carta, alertando que a paz na região “só pode ser alcançada com o fim da ocupação e com nosso povo palestino recuperando sua liberdade”.
No fim desta semana, Bento XVI, de 82 anos, deverá visitar um campo de refugiados palestinos em Belém, onde celebrará uma grande missa ao ar livre em Nazaré. Israel mobilizou 80 mil seguranças para a visita papal de cinco dias.
Na segunda-feira, em um encontro ecumênico, onde o papa ouviu clamores por mais diálogo, o xeque Taysir Tamimi, chefe de Justiça dos tribunais islâmicos palestinos, voltou ao assunto e denunciou mais uma vez Israel por “tomar vidas inocentes”.
O xeque Tamimi, falando em árabe, conclamou que muçulmanos e cristãos se unam para protestar contra Israel e pediu a Bento XVI que “pressione o governo israelense para parar a sua agressão contra o povo palestino”.
Ele também deu as boas vindas a Jerusalém, chamando a cidade de “eterna capital política, nacional e espiritual da Palestina.
Políticos e religiosos israelenses já vinham criticando Bento 16, acusando-o de não ter condenado o suficiente o holocausto durante seu discurso na segunda-feira, o primeiro dia de visita à Israel e os territórios palestinos.
Nesta terça-feira em Jerusalém, o papa se tornou o primeiro pontífice a visitar o Domo da Rocha, que está entre os principais monumentos do Islamismo, do Judaísmo e do Cristianismo, e depois foi ao Muro das Lamentações, um dos locais mais sagrados para os judeus.
“Hoje tenho a oportunidade de repetir que a Igreja Católica está definitivamente comprometida com uma reconciliação genuína e duradoura entre cristãos e judeus”, disse ele.
Pouco depois, durante uma missa, o papa disse que o fato de que tantos cristãos deixaram a região é uma “realidade trágica”. “Na Terra Santa há lugar para todos”, disse ele.