Apenas 3,8 mil têm mais de R$ 1 milhão na caderneta
Embora representem apenas 0,99% das cadernetas existentes no país, as 894,8 mil contas com saldo superior a R$ 50 mil representam 40,8% de todos os depósitos das cadernetas, o equivalente a R$ 110,5 bilhões. Os dados referentes a dezembro de 2008 divul
Publicado 14/05/2009 15:11
Dessas, conforme os dados apresentados, as cadernetas com saldo entre R$ 50 mil e R$ 100 mil somam 600 mil contas e correspondem a 0,66% do total. Nessa categoria, estão depositados 15,1% de todo o dinheiro da poupança, ou R$ 40,8 bilhões. Com saldo entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, estão 290 mil cadernetas, ou 0,33% das contas existentes.
Esse grupo de poupadores mantinha, em dezembro de 2008, R$ 54,6 bilhões nas contas ou 20,2% dos depósitos. O seleto grupo de poupadores com mais de R$ 1 milhão na conta é formado por 3.822 contas. Esse grupo representa 0,01% de todas as cadernetas existentes. O grupo detém R$ 14,9 bilhões, equivalente a 5,5% de todos os depósitos. O valor médio poupado pelo grupo com o maior saldo é de R$ 3,9 milhões. Já no grupo com os saldos mais baixos – até R$ 100 em conta – a média é de apenas R$ 13,60.
Nesse grupo, estão depositados R$ 688 milhões em 50,5 milhões de contas. O secretário extraordinário para Reformas Econômico-fiscais, Bernard Appy, explicou que não existe uma linha de corte fixa, em reais, para a isenção de Imposto de Renda (IR) para as pessoas que tiverem como única renda os rendimentos da poupança. A linha de corte é variável, de acordo com o nível dos juros básicos (Selic). Depois de citar R$ 1 milhão como teto, apontou R$ 850 mil como a linha de corte.
Pressa
No 11º Seminário anual de metas para a Inflação, promovido pelo Banco Central (BC), o professor José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) disse que as mudanças anunciadas representam “uma medida adequada” no cenário atual, de queda nas taxas de juros adotadas no país, mas não resolvem a longo prazo a migração de grandes investidores para a poupança. Para ele, será preciso que o governo defina mais para a frente uma política definitiva, que garanta à poupança rendimentos que acompanhem o movimento do mercado financeiro, como a implementação de taxas de juros flutuantes para remunerar os poupadores.
“Não foi agora, mas em algum momento vai ter que ser . O preço político é alto, mas vai ter que ser adotado por algum governo que esteja disposto a pagar por ele”, analisou. Mantega, afirmou “que não há pressa” para que o governo envie ao Congresso a proposta de tributação para cadernetas de poupança. “O aumento do imposto de renda para aplicações de poupança acima de R$ 50 mil só entrará em vigor no próximo ano. Então, estamos tranqüilos”, disse.
Com agências