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Asilo do Peru a ex-ministros azeda relação com a Bolívia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, deixou aberta nesta quarta-feira a possibilidade de romper as relações diplomáticas com o Peru, como consequência do asilo dado por Lima a ex-ministros bolivianos processados por genocídio.

“Vamos definir oportunamente. Está em debate interno, faz parte de um debate e de uma análise profunda dentro do governo”, respondeu o presidente boliviano em entrevista, quando perguntado sobre se esperava uma ruptura diplomática entre os dois países membros da Comunidade Andina. Segundo ele, as relações diplomáticas com o Peru estão em “alto risco”.

Morales fez a declaração a correspondentes internacionais um dia após o governo peruano de Alan García confirmar que deu asilo a três ex-ministros bolivianos que devem ser julgados, na próxima semana, após acusações de massacre e crimes econômicos.

Estes três ministros integram uma lista de 17 pessoas, lideradas pelo ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada – refugiado nos Estados Unidos – que enfrentam processos de responsabilidade por um massacre de manifestantes e delitos econômicos cometidos em outubro de 2003.

“Estamos analisando seriamente estas atitudes do presidente Alan García e seu governo. Estas atitudes… põem em alto risco as relações diplomáticas (do Peru) com o governo e com o povo boliviano”, disse Morales.

A crise foi iniciada no último domingo, quando o presidente boliviano classificou como “provocação” a decisão peruana de dar o asilo solicitado por três ex-ministros, que fugiram com a aproximação do julgamento que encerrará um processo iniciado há mais de cinco anos após denúncia de Morales, então deputado.

Morales aproveitou hoje para relatar os conflitos que marcaram nos últimos tempos as relações com o Peru, entre eles o processo envolvendo a demarcação fronteiriça com o Chile, que, sustentou, prejudica a Bolívia, e os problemas internos da Comunidade Andina de Nações (CAN).

Com agências