Comissão de Anistia julga 32 processos em Uberlândia
O evento, que começou com uma série de debates na última quarta-feira, contou a participação do ministro da Justiça, Tarso Genro, e teve seu ponto alto na quinta-feira, com o julgamento de 32 processos de anistia e uma homenagem ao Bispo Emérito de Ube
Publicado 15/05/2009 13:29 | Editado 04/03/2020 16:51
Mesmo com saúde bastante debilitada –ele se recupera de um acidente vascular cerebral– Dom Estevão, que tem 94 anos, participou da cerimônia. As atividades aconteceram no Anfiteatro, Bloco 3Q, do campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia, que ficou lotado todos os dias.
Os moradores do Triângulo Mineiro que lutaram, foram torturados e sofreram perseguições também foram homenageados pelo Estado brasileiro. “Queremos não só reparar os danos, mas discutir os fatos e resgatar cada detalhe”, anunciou Tarso Genro durante o julgamento dos processos. Ele lembrou estar na região, grande parte das pessoas que contribuíram e fizeram parte da história do País. Muitos irão receber indenizações pelas perdas e danos sofridos naquele período.
Debate
As atividades da 22ª Caravana da Anistia, em Uberlândia, encerraram-se nesta sexta-feira (15) com a mesa redonda sobre o tema “Tortura e Reparação: O alcance da Lei da Anistia”. O debate reunirá a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG); o sociólogo, Paulo Abraão Pires, presidente da Comissão de Anistia, e os professores da Universidade Federal de Uberlândia Afonso Lana, José de Campos Leme, Leonardo Barbosa e Silva.
Criada em 2001, a Comissão julga os pedidos de anistia e de reparação do Estado Brasileiro àqueles que foram perseguidos e torturados pelo regime militar. Outra função é a de registrar, divulgar fatos, personagens – a memória – deste período.