Ufes não deve reduzir o limite de renda de aluno cotista

A Universidade Federal do ES (Ufes) voltou atrás e decidiu manter a renda familiar de sete salários mínimos para os candidatos que vão concorrer por meio do sistema de cotas no vestibular de 2010. O reitor, Rubens Rasseli, anunciou a utilização das not

Uma das decisões mais polêmicas foi a redução da renda máxima familiar de sete para três salários mínimos ou meio salário mínimo por pessoa. E esse foi o único item vetado pelo reitor. Ele explica que a mudança causaria uma redução grande no número de pessoas beneficiadas e preferiu adiar a discussão para o próximo ano. O tema será levado ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) – do qual ele é presidente, mas o conselho é a instância maior para decidir sobre o tema. Mas Rasseli acredita que vai conseguir sensibilizar os demais conselheiros e manter a renda de sete salários para este ano.


 


Estudantes


 


Os estudantes estão esperando a publicação da resolução com os detalhes do vestibular para comemorar a medida. Eles decidiram manter uma manifestação – prevista para acontecer nesta quinta-feira, às 8h, no prédio da reitoria da Ufes – contra o limite da renda anunciado na semana passada.


 


O diretor executivo da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), André Lopes, lembrou ainda que o movimento nacional dos estudantes defende um outro tipo de sistema de cotas, com recorte ''racial'' e sem critério de renda. Os estudantes do Projeto Universidade Para Todos (Pupt) comemoraram a decisão do reitor da Ufes, Rubens Rasseli, de voltar atrás e definir o valor da renda familiar em até sete salários mínimos para quem vai concorrer ao vestibular pelo sistema de cotas.


 


Cursinhos insatisfeitos


 


Entre os cursinhos pré-vestibular das escolas particulares ninguém parece ter ficado satisfeito com a nova decisão da Ufes. Para o diretor acadêmico do colégio UP, Dorian Rangel, a Ufes cedeu à pressão de uma possível manifestação dos estudantes. ''Mas o que mais lamentamos é a falta de respeito com os estudantes que vão prestar vestibular este ano. Mudar as regras em cima da hora gera muita insegurança para eles'', destaca. A opinião é a mesma do diretor do Centro Educacional Leonardo da Vinci, José Antônio Pignaton. ''A Ufes destoa das outras universidades, que usam critérios de renda mais baixos. Além disso, é lamentável que a universidade manobre, dessa maneira, a vida de jovens. A Ufes está completamente distante da sociedade em que está inserida. Falta respeito por quem paga impostos'', comenta.


 


Enen


 


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Ufes decidiu que a instituição de ensino utilizará as notas das provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 na primeira etapa do VestUfes 2010. A segunda etapa, que será realizada entre os dias 13 e 15 de dezembro, permanecerá no mesmo formato e será composta de duas provas discursivas específicas por área e uma prova de redação para todos os candidatos.


 


A nota do Enem 2009 servirá apenas para classificar os candidatos para a segunda etapa, sendo que esta pontuação não será computada na nota final.


 


O reitor Rubens Rasseli, que presidiu a sessão, salientou que a proposta foi colocada na pauta da reunião do Cepe, considerando a urgência de se definir a matéria, na medida em que as inscrições para o novo Enem 2009 começarão no próximo mês.


 


Segundo ele, a proposta foi apresentada pela Comissão Especial de Reestruturação dos Processos Seletivos da Ufes, constituída por ele, que estudou as mudanças sugeridas pelo Ministério da Educação. A definição por parte da Ufes visa a tornar claro para a comunidade qual será o formato a ser adotado no vestibular.


 


O reitor ponderou que a Ufes não quis promover mudanças radicais no seu vestibular, de modo a não prejudicar a programação das escolas e dos candidatos que se preparam para o VestUfes.


 


De acordo com Rasseli, a Ufes já utiliza o Enem na primeira etapa, em até 25% da pontuação, e agora vai utilizar 100% da nota. “Não podíamos ficar indiferentes às mudanças anunciadas pelo Ministério da Educação para todo o país”, considerou. A proposta do Cepe foi aprovada por unanimidade.


 


Fonte: Ufes e Gazetaonline.