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Edmar Moreira diz que ACM Neto não tem moral para investigá-lo

O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) se emocionou durante o depoimento nesta quarta-feira (20) no Conselho de Ética da Câmara e fez ataques ao corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA). Para Moreira, as denúncias contra ele de uso irregular de verba

Moreira, que ganhou notoriedade por ter um castelo de R$ 25 milhões registrado em nome dos filhos, destacou sua origem humilde e se emocionou ao lembrar de seu pai.



“Chegaram ao cúmulo de colocar na imprensa que eu era filho de um carteiro, como se isso para mim fosse algum demérito. Tenho muita honra de toda minha família, meus pais, meus avós, meu filhos e meus netos. Sou acusado, talvez, por ser filho de um carteiro de Juiz de Fora e não ter recebido nada de mão beijada como aqueles que me acusam, que fazem da vida uma capitania hereditária”, afirmou o deputado.



Ele partiu no momento seguinte para o ataque contra o corregedor da Câmara. ACM Neto foi quem comandou a investigação preliminar contra Moreira. Segundo esta investigação, Moreira utilizou notas de uma empresa de sua propriedade para receber recursos da verba indenizatória. Moreira não conseguiu convencer a comissão de que os serviços realmente foram prestados e levantou-se a suspeita que o deputado tenha ficado ele mesmo com o dinheiro.



Para Edmar Moreira, ACM Neto não teria condições para investigá-lo, até porque pertence ao DEM, partido que o expulsou. “Este homem está interessado em ceifar meu mandato. Que isenção é esta? Que legitimidade possui este indivíduo para averiguar qualquer ato contra a minha pessoa?”


 
Moreira destacou também que foi desfiliado do DEM junto com seu filho, Leonardo, que liderava, na época, a bancada do partido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os filhos de Edmar, Leonardo e Júlio, acompanham o deputado, assim como dois advogados.



Após os ataques, Moreira pediu, “por questões de saúde”, que um de seus advogados lesse a parte técnica da defesa. Foi argumentado que a criação da comissão de sindicância foi ilegal e que pelas regras existentes não havia qualquer vedação para a utilização da verba indenizatória na própria empresa do parlamentar.


 
Novamente foi mencionado o nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que teria “perdoado” usos indevidos de parlamentares com passagens aéreas.


 
Por pedido dos conselheiros, a leitura feita pelo advogado foi suspensa e Moreira reassumiu a defesa. Ele afirmou que os serviços de segurança pagos pela verba indenizatória foram prestados e disse ter enviado provas como um contrato e depoimentos de lideranças políticas de seu estado. “Quem gastar com segurança vai ter que filmar o serviço?”, questionou.



O deputado minimizou também o fato de ser o único cliente da empresa de sua propriedade que forneceu as notas. “Qual a ilegalidade de uma empresa não ter clientes na atualidade e passar por dificuldades financeiras?”



Para o parlamentar, a comissão de sindicância não deveria ter ampliado o leque da representação e disse ser impossível comprovar no caso de outros deputados também a prestação de serviços. “Eu não era o único que utilizava desta forma. Meu caso foi o cala-boca, o boi de piranha.”



Fonte: G1