Messias Pontes – Tirem as mãos sujas da Petrobras

Essa invenção dos tucanos de instaurar uma comissão parlamentar de inquérito para apurar possíveis irregularidades na Petrobras pode custar-lhe muito caro. Isto porque, como dizia Tancredo Neves, todos sabem como começa uma CPI, mas ninguém sabe como term

Como ave de rapina – e tem sido assim onde governa -, os tucanos que praticamente desmontaram o Estado brasileiro em oito anos de desgoverno (1995-2002), estão totalmente perdidos, sem rumo e sem discurso. Num dos períodos mais nebulosos da nossa história, tudo fizeram para entregar a Petrobras a preço de banana, como fizeram com a Vale do Rio do Doce, as Teles e muitas outras empresas estatais estratégicas, mas não conseguiram porque a Petrobras é intocável.



Nos oito anos do desgoverno neoliberal tucano-pefelista, o Coisa Ruim revelou-se o mais subserviente, capacho e traidor da Pátria. Antes de fazer qualquer coisa telefonava para o presidente ianque Bill Clinton para saber se podia fazer. Vai entrar para a história pela lata do lixo, pois foi considerado pela grande maioria dos brasileiros como o pior presidente da nossa história. Isto aferido por todos os institutos de pesquisa de opinião pública.



É oportuno recordar que as aves de rapina chegaram a mudar o nome da empresa para Petrobrax visando assim torná-la mais atraente ao capital internacional. Como não conseguiram porque a reação foi enorme, os traidores da Pátria passaram a minar a credibilidade da Petrobras para tornar palatável a sua venda.



A tática usada era causar verdadeiros desastres ecológicos através de vazamentos praticamente mensais de navios. As multas fabulosas que a empresa pagou pelos crimes ambientais serviriam para justificar a sua entrega ao capital estrangeiro. Até hoje os responsáveis por esses crimes continuam impunes, gozando da cara dos democratas e patriotas. Deveriam estar todos recolhidos a uma prisão de segurança máxima, notadamente o Coisa Ruim, fazendo companhia ao outro Fernando, o Beira-Mar.



“Empresa estatal é ineficiente, antro de corrupção. Por isso todas devem passar para as mãos da iniciativa privada que as tornarão mais produtivas e eficientes”. Essa era a cantilena neoliberal, respaldada pela grande mídia conservadora, venal e golpista brasileira, a mesma que em meados do século passado recebia muita grana da Standard Oil para divulgar à exaustão o malfadado relatório do geólogo norte-americano Mr. Link afirmando que no Brasil não havia petróleo.



Vale lembrar a entrevista concedida no início deste ano pelo presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira, quando alertava para uma nova campanha de desmoralização da empresa diante do público. Na oportunidade, ele recordou que a gestão tucano-pefelista foi responsável pela quebra do monopólio estatal do petróleo, pela venda de 36% das ações da Petrobras na Bolsa de Nova York por menos de 10% do seu valor real. Um verdadeiro crime de lesa-pátria.



Depois das tentativas de entrega da Petrobras, a maior e mais respeitada empresa brasileira, agora a canalha neo-udenista vem, no maior cinismo, dizer que quer defendê-la. Só muito óleo de peroba para esses caras de pau entreguistas, traidores. Esses merecem o desprezo e o repúdio do povo brasileiro.



Como não se sabe como termina uma CPI, é aconselhável os tucanos desistirem enquanto é tempo, tirando as mãos sujas da Petrobras, pois as investigações podem chegar às falcatruas praticadas por eles durante o período em que a corrupção foi institucionalizada no País, e o feitiço virar contra o feiticeiro. 



Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE