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EUA querem retomar conversas sobre imigração com Cuba

Os Estados Unidos convidaram o governo cubano a retomar as conversas sobre imigração. Segundo uma porta-voz do Departamento de Estado, a proposta foi feita por diplomatas americanos em uma reunião com os colegas cubanos em Washington, na última sexta-f

As conversas anteriores nesse sentido, que aconteceram pela última vez em 2003 e foram suspensas por Washington em 2004, seguiram os interesses dos Estados Unidos para minimizar as chances um êxodo em massa de Cubanos – como a leva de refugiados que deixou o país em 1980 e novamente em 1994.

O governo do ex-presidente George W. Bush suspendeu o diálogo, na época, acusando Cuba de não dar permissão de saída a pessoas que haviam conseguido vistos americanos.

“Com esta retomada nas negociações, nós pretendemos reafirmar o compromisso dos dois lados com a migração legal, segura e ordenada. (Pretendemos) também revisar a tendência recente de imigração ilegal de cubanos para os EUA e aprimorar as relações operacionais em assuntos migratórios”, disse o porta-voz do Departamento de Estado Ian C. Kelly, de acordo com o jornal The New York Times.

Para especialistas, o gesto de Obama pode ser considerado o símbolo do desejo do presidente americano de chegar a Cuba, assim como a outras nações com as quais o país vinha mantendo relações tensas nas últimas décadas, como Irã e Síria.

“É um passo inicial muito positivo. É consistente com o tom que vimos do governo Obama até o momento, assim como Cuba com Raul Castro. Vimos um novo desejo de comprometimento partindo de ambos os lados”, disse Lilia Lopez, analista do Escritório de Washington para a América Latina.

No dia 13 de Abril, antes de completar três meses na presidência dos EUA, Obama anunciou as primeiras medidas de seu governo para flexibilizar as relações com Cuba . Foram suspensas restrições para que familiares de cubanos vivendo no país viajem a Cuba e o condicionantes para remessas de dinheiro a parentes.

Empresas norte-americanas de telecomunicações também foram autorizadas a participar de licenciamentos na ilha. Especialistas disseram, na época, que as medidas podem representar o começo do fim de um bloqueio imposto pelos Estados Unidos.

Como era esperado, o gesto despertou as mais diversas opiniões da comunidade cubano-americana. Enquanto alguns consideraram uma concessão unilateral a um regime ditatorial, outros celebravam o que pode vir a ser um passo para um melhor relacionamento entre os dois países.

Heide Bronke, a porta-voz do Departamento de Estado, disse não saber se o governo Cubano respondeu positivamente ao gesto americano.

Com O Globo