Bolívia: demora para censo eleitoral pode prejudicar pleito
A Corte Nacional Eleitoral (CNE) boliviana rejeitou ontem as propostas de quatro empresas pré-classificadas à realização de um novo censo eleitoral, fato que é considerado um problema para as eleições de dezembro, que dependem desse novo levantamento p
Publicado 27/05/2009 10:48
Das 52 empresas convidadas a elaborarem propostas para a realização do censo biométrico, apenas quatro se pré-classificaram, mas a comissão de qualificação rejeitou ontem os quatro programas apresentados.
A elaboração de um novo censo deverá durar pelo menos seis meses, portanto, o adiamento do início desse trabalho “cria uma situação crítica que põe em risco a eleição”, advertiu o senador de oposição Carlos Borth.
Para o governista Antonio Peredo, no cronograma de trabalho da Corte estão previstos 15 dias extras para essa tarefa, portanto, “não há um problema” e as eleições “estarão garantidas”.
As eleições gerais do país estão programadas para 6 de dezembro e a oposição condicionou sua realização à elaboração de um novo censo, biométrico, após ter alegado que houve suposta fraude nos referendos revogatório e constitucional.
À época, o governo afirmou que só aceitaria a realização de um novo levantamento, caso fossem garantidas as votações de dezembro. Por sua parte, a CNE havia assegurado que seria possível implementar o sistema antes do pleito.
A Corte rejeitou a oferta da empresa Vicstar Machinery porque não apresentou um boleto bancário, que garantiria a seriedade de sua proposta. Já as propostas de Insetec Ltda., Congent Sistems e Smartmatic Corporation não cumpriram vários dos requisitos exigidos.
As empresas devem propor um plano com equipes para a atividade, treinamento aos realizadores do censo e administração do sistema.
Pela primeira vez, o censo incluirá dados digitais, como a assinatura e a fotografia de 3,5 milhões de eleitores, com o objetivo de evitar riscos de fraude.
No pleito de 6 de dezembro, além da eleição para presidente, quando Evo Morales tentará reeleição, os quatro milhões de bolivianos habilitados elegerão legisladores para a Assembleia Plurinacional, que substituirá o Congresso Nacional. Nos departamentos (estados) de La Paz, Chuquisaca, Cochabamba, Potosí e Oruro será votada também a autonomia regional.
Fonte: Ansa