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Segundo secretário, falta de certificação do ProJovem será resolvido em 60 dias

"Nós erramos, mas temos que consertar. Quero, aqui, me desculpar". Desta forma, o Secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, resumiu a falta da certificação dos 1800 alunos participantes do ProJovem na cidade de São Paulo, assunto abordado durante a reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude, ocorrida nesta terça-feira (26/05).

Para a ocasião, o vereador Netinho de Paula (PCdoB), presidente da comissão, ao lado dos demais integrantes, convocou as quatro pastas envolvidas na execução do projeto (Assistência e Desenvolvimento Social, Participação e Parceria, Trabalho e Educação). "Trabalhamos em cima desta grave questão desde o mês de março. Convidamos, por diversas vezes, os secretários. Sem sucesso. Tomamos uma atitude extrema, que foi a convocação. Infelizmente, apenas o Secretário Alexandre Schneider compareceu. O Secretário Marcos Cintra (Trabalho) justificou a sua ausência", afirmou Netinho.

Durante a reunião, diversos jovens, entre 18 e 24 anos, narraram as suas dificuldades. A estudante Márcia Kelly, moradora da zona sul, contou sobre os problemas enfrentados após a finalização do curso. "Acabei o ProJovem e entrei num Supletivo. Porém, a diretoria está se negando a renovar a minha matrícula, pois não possuo diploma. Nós, alunos do ProJovem, recebemos apenas um papel com as notas", disse.

O professor Mateus Alves Rodrigues, o qual trabalhou no programa, explicou a invalidez do documento entregue aos participantes. "Todos os concluintes do ProJovem ganharam um documento de que realmente acabaram o ensino fundamental. Porém, ele não tem validade alguma, já que não é oficial", esclareceu.

Atento às reivindicações, o secretário de educação prometeu acelerar o processo de confecção dos certificados. "Formamos um grupo para trabalhar especificamente em cima deste problema. Acredito que em 60 dias isto seja resolvido. Vamos tentar encurtar este prazo", afirmou Schneider.

O procurador do Ministério Público Federal, Sérgio Suiama, prometeu acompanhar o processo. "Estamos seguindo este caso. Desde o início, recebemos diversas denúncias relativas ao ProJovem, entre eles a falta de computadores e o não pagamento das bolsas. Conseguimos, inclusive, bloquear uma parte dos recursos enviados pela União ao município de São Paulo. Se os diplomas não chegarem, na impede que o MP entre com uma ação contra a Prefeitura".

Antes do término da reunião, o vereador Netinho de Paula destacou a importância do ProJovem e clamou pela renovação do convênio entre o Governo Federal e a Prefeitura de São Paulo. "Este é um programa que oferece grandes oportunidades à juventude de nosso país. Hoje, tivemos uma grande vitória, que foi a vinda dos alunos e a promessa do secretário. O projeto precisa ter continuidade aqui. Vamos despolitizar isto, deixando as intrigas partidárias de lado, para pensar no bem-estar da população paulistana", ressaltou.

Fazendo coro ao apelo de Netinho, Maria Virgínia de Freitas, do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), espera uma mudança de posição da Prefeitura em relação ao projeto. "Atualmente, temos um grande problema: garantir o direito à educação para jovens com idade acima dos 18 anos. Nós entendemos que o ProJovem é essencial. Espero que o prefeito repense a sua posição".

Com o plenário completamente lotado, estiveram presentes na reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude alunos do ProJovem, representantes de conselhos tutelares e fóruns municipais da criança e do adolescente.

Da Assessoria de Impresnsa do Gabinete do Vereador Netinho de Paula – PCdoB