Com cearenses, CPI da Petrobras prenuncia guerra de governo x oposição
Inácio Arruda (PCdoB) deixou a CPI das ONGs para assumir posto na CPI da Petrobras. Ele é apontado inclusive como um dos cotados para presidir a comissão. Na oposição, Tasso Jereissati (PSDB) foi indicado como suplente
Publicado 28/05/2009 08:53 | Editado 04/03/2020 16:35
Com início previsto para a próxima terça-feira, 2, a CPI da Petrobras teve a composição anunciada ontem. Pela base governista, o senador cearense Inácio Arruda (PCdoB) conseguiu uma vaga de titular. Para assumir o posto, teve de deixar a CPI das ONGs, onde era relator. A presença de Inácio tem significado estratégico, pois o PCdoB comanda a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Na oposição, Tasso Jereissati (PSDB) ficou como suplente da comissão.
Completam a CPI, entre os titulares governistas, Ideli Salvatti (PT-SC), João Pedro (PT-AM), Paulo Duque (PMDB-RJ), , Leomar Quintanilha (PMDB-TO), Romero Jucá (PMDB-RR), Fernando Collor (PTB-AL) e Jefferson Praia (PDT-AM). Na oposição, os titulares são Sérgio Guerra (PSDB-PE), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Antonio Carlos Junior (DEM-BA). Inácio, ao lado de Ideli Salvatti e João Pedro, está cotados para a presidência da comissão.
Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado e favorito para a relatoria da comissão, confirmou ontem que está disposto a assumir a função. Ele disse ser compatível conciliar a relatoria da comissão com a liderança no governo, uma vez que o seu objetivo é fortalecer a imagem da Petrobras sem agir como um “rolo compressor” sobre a oposição. “Eu sempre sou imparcial”, disse. Jucá afirmou que a relatoria da comissão ficará com o PMDB, e a presidência da CPI, com um partido da base governista.
Confronto
Na véspera da instalação da CPI, o clima de confronto aberto vai se acirrando. Na tarde de ontem, a oposição anunciou que entrará em “obstrução seletiva”- ou seja, quer que a pauta do Senado seja invertida e que só sejam votados projetos objeto de negociação, como as medidas provisórias que tratam do salário mínimo, da distribuição de merenda escolar e a proposta de criação do Fundo Soberano. Nas demais matérias, os senadores de oposição tentarão evitar que haja quorum para votação.
Já entre os governistas, João Pedro, cotado para assumir a presidência da CPI, defendeu que as investigações remontem ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995-2002. “Acho que temos que ir no passado. Temos que investigar os gestores do governo Fernando Henrique, o acidente da plataforma P-36 e outros acidentes gravíssimos que aconteceram no governo anterior” disse o senador petista ao site O Globo Online. O senador é suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.