Governo tentará reconduzir Inácio Arruda à relatoria da CPI
O governo já montou a estratégia para reconduzir o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) à relatoria da CPI das ONGs. Ele foi afastado do cargo pelo presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Na próxima terça (2), os governistas apresentarão
Publicado 29/05/2009 17:50
Numa manobra e com o objetivo claro de dar o controle do colegiado para a oposição, Heráclito Fortes aproveitou a indicação de Inácio Arruda para a CPI da Petrobras e o substitui no cargo pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM). Segundo ele, como suplente na CPI das ONGs Inácio não poderia ficar na relatoria. O deputado comunista já voltou à condição de titular.
Segundo divulgou o jornal Correio Braziliense nesta sexta (29), na internet, os governistas vão insistir na tese de que na condição de suplente o senador comunista tinha o direito de permanecer no cargo. Para reforçar essa argumentação, eles vão citar o caso da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que mesmo sendo suplente na Comissão de Constituição e Justiça, foi relatora da PEC destinada a prorrogar a CPMF.
A base aliada também argumentará que o presidente Sarney já se manifestou em plenário sobre a questão ao dizer que um senador indicado com titular em duas comissões cabe ao líder do seu partido resolver o caso.
Diz o Correio que a estratégia foi montada a pedido do presidente Lula que quer Inácio de volta à relatoria da CPI das ONGs. O presidente teria pedido explicações sobre o caso ao ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. A preocupação é que a oposição use a CPI para colher dividendos eleitorais.
Para montar a estratégia, José Múcio chamou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o mais cotado para assumir a relatoria da CPI da Petrobras e os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gim Argello (PTB-DF). “Houve uma cochilada, mas está tudo sob controle”, teria dito o ministro.
Caso a representação não surta efeito, os governistas vão usar o poder da maioria (dos onze titulares a oposição só tem quatro senadores) para inviabilizar qualquer tentativa da oposição de usar o colegiado para fins eleitorais.
De Brasília,
Iram Alfaia