Sem categoria

Sem acordo, 'Gazeta Mercantil' deixa de circular na 2ª feira

A Gazeta Mercantil não vai mais circular a partir da próxima segunda-feira (1º/6). Não houve consenso entre os representantes da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) — que vinha editando a Gazeta — e da família de Luiz Fernando Levy,

Todos os funcionários do diário entrarão em regime de férias remuneradas de 30 dias, que podem ser prorrogadas por mais 30. O prazo tem valor de aviso prévio, caso nenhum acordo seja feito durante o período de recesso. A empresa deve realocar os funcionários no Jornal do Brasil e em outras publicações da companhia. Cogita-se, ainda, a criação de um portal de notícias econômicas que receba parte da redação da Gazeta. No entanto, não há nenhuma decisão acertada.


 


Guto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP), afirmou que a entidade não recebeu nenhuma informação ou pedido oficial sobre o assunto. “Não fomos informados sobre a circulação do jornal ou o destino dos funcionários. No entanto, se isso se efetivar, lamentamos muito”, disse Guto. “A situação é ruim para os jornalistas que trabalham na Gazeta — e ruim para a comunicação brasileira, pois a informação será mais concentrada e monopolizada.”


 


Questionado sobre uma declaração de representantes da CBM — que afirmaram não querer o envolvimento da entidade nas próximas negociações —, Guto declarou que “a função do sindicato é resguardar os direitos dos jornalistas, e é isso que nos propusemos a fazer nesse episódio”.


 


Acordos da última reunião


 


Até segunda-feira (1), os salários de R$ 8 mil a R$ 12 mil reais referentes ao mês de abril serão depositados. Durante a durante, o grupo CBM buscará meios de sanar as demais pendências. Já as rescisões contratuais ainda não foram pagas por “total falta de recursos”, segundo declarações do vice-presidente do Grupo CBM, Eduardo Jacomé.


 


Jacomé informou aos funcionários que existem três opções para salvar o diário: que a família Levy queira permanecer à frente do jornal; o aporte de investidores interessados ou que os próprios funcionários assumam a direção da Gazeta. Segundo ele, “apesar de a Gazeta ter mais capital, ele não entrava em caixa” devido ás ações trabalhistas. Por fim, ele agradeceu “o esforço e o alto nível” dos funcionários na tentativa de manter a circulação do diário.


 


De outubro do ano passado até o começo do mês de maio, segundo Jacomé, Nelson Tanure — presidente da CBM — investiu mais de R$ 20 milhões. Durante o ano passado, a empresa recebeu aporte de R$ 15 milhões para que jornal honrasse seus compromissos.


 


História


 


Fundado em 1920 como um boletim diário de mercado, a Gazeta Mercantil fez história no jornalismo brasileiro como a publicação mais tradicional sobre economia e negócios. Segundo o último levantamento auditado pelo IVC, realizada em Julho de 2007, a tiragem do jornal era de 70 mil exemplares.


 


Dirigido por vários anos pela família Herbert Levy, uma crise financeira fez com que o controle acionário da publicação passasse para as mãos do empresário Nelson Tanure, da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), também proprietário da Editora Peixes e do Jornal do Brasil.


 


Da Redação, com informações do Portal Imprensa