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Cuba aceita convite para dialogar sobre imigração, dizem EUA

O departamento de Estado norte-americano revelou neste domingo (31) que o governo de Cuba aceitou retomar o diálogo com os Estados Unidos sobre temas relacionados à imigração. A informação foi dada por um funcionário de Washington que pediu anonimato. Seg

Além disso, de acordo com o funcionário, o regime cubano também estaria disposto a restabelecer o serviço de correio direto entre os dois países e a cooperar na luta contra o narcotráfico. As discussões sobre a emigração de cubanos para os Estados Unidos foram suspensas no dia 5 de janeiro de 2004.


 


Nenhuma autoridade de Havana se pronunciou sobre a notícia, mas o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, havia dito na última terça-feira (26) que uma proposta deste tipo feita por Washington seria “examinada com todo o interesse”. “Sempre dissemos que estamos dispostos a sentar e conversar com eles em igualdade de condições — e em relação a temas migratórios tivemos uma experiência que foi interrompida abruptamente”, disse Alarcón.


 


Em janeiro de 2004, uma nota oficial divulgada pela Casa Branca, à época ocupada por George W. Bush, informou a Havana que Washington “não considerava viável a realização de uma nova rodada de diálogo sobre imigração”. As negociações haviam sido iniciadas em 1995, com a assinatura dos únicos convênios ainda vigentes entre os dois países.


 


Esses convênios estabeleciam a devolução, por parte dos Estados Unidos, de cubanos que tentavam chegar de forma ilegal ao território norte-americano e que fossem interceptados no mar. Washington também se comprometeria a emitir mais vistos a cubanos interessados em viver no país. Ambas as partes, porém, sempre trocaram acusações mútuas sobre o descumprimento dos tratados.


 


O anúncio feito neste domingo antecede a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que ocorrerá entre terça e quarta-feira em Honduras e poderá discutir o eventual retorno de Cuba à entidade, da qual está afastada desde 1962. Desde que o sucessor de Bush, Barack Obama, assumiu a presidência dos Estados Unidos, vários sinais já foram emitidos no sentido de uma possível reaproximação com Cuba.


 


Recentemente, Obama suspendeu as limitações antes impostas a viagens e ao envio de remessas de dinheiro de cubano-americanos que vivem nos Estados Unidos e têm família na ilha caribenha. O presidente de Cuba, Raúl Castro, já disse reiteradas vezes que aceita dialogar com Washington, desde que seja em igualdade de condições.