Belluzzo debate Marx, Keynes e a crise atual dia 8 no PCdoB
Nesta segunda-feira, 8, a Fundação Maurício Grabois, em parceria com o PCdoB, realiza debate com o professor Luiz Gonzaga Belluzzo na sede do partido, em São Paulo. O mote do evento será o artigo escrito para a revista Princípios nº 100 intitulad
Publicado 05/06/2009 13:15
A iniciativa é uma ação piloto da fundação e do partido, que pretendem adotar uma programação de debates intitulada “Conversas com Princípios”. Estão confirmadas também as presenças dos economistas Frederico Mazzucchelli, da Unicamp; Lecio Moraes, assessor da bancada do PCdoB na Câmara; e Marcos Antonio Cintra, professor da Unicamp e pesquisador do CNPq.
Em seu artigo, Belluzzo analisa, entre outros pontos, a questão do capital fictício, partindo do livro 3 de O Capital, quando Karl Marx examina as características do moderno sistema de créditos. O economista evidencia a atualidade do pensamento marxista e sua importância para a compreensão da recessão atual. “O sistema de crédito permite a acumulação de capital muito além das possibilidades de cada capital industrial e ao mesmo tempo torna concreta a ocorrência de crises de realização e superprodução”, escreve Belluzzo.
Mais adiante, faz um alerta: “o capital fictício tem uma importância teórica maior do que os marxistas costumam lhe atribuir. O capital fictício introduz critérios de valorização do capital, distintos do capital efetivo. Esses critérios são necessariamente especulativos, no sentido de que se apoiam na avaliação do curso esperado do preço dos títulos. É o rendimento esperado descontado pela taxa de juros do mercado”.
Na segunda parte de seu artigo, ao tratar das teorias de John Maynard Keynes, Beluzzo destaca que “o dinheiro em Keynes como em Marx não é apenas o intermediário das trocas, mas, sim, simultaneamente um bem público e a única forma socialmente reconhecida de enriquecimento privado. Enquanto ‘bem público’, o dinheiro é referência para os atos de produção e intercâmbio de mercadorias, assim como para a avaliação da riqueza e das dívidas. Por isso, o dinheiro deve estar sujeito a normas de emissão, circulação e destruição que garantam a reafirmação de sua universalidade como padrão de preços, meio de pagamento e reserva de valor”.
O debate com Luiz Gonzaga Belluzzo começa às 10h30 desta segunda-feira, 8, no auditório do PCdoB (rua Rego Freitas, 192 – República – São Paulo). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3054-1800.
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Da redação