O partido e o povo – uma guerrilha democrática

O PCdoB aposta num reencontro com o povo. No bojo de uma longa história no país, que oscila entre a legalidade dispersa e a clandestinidade tumultuada, a sigla reordena suas estratégias.

Em Mossoró, ele dá mostras da nova fase ao desencadear o programa “PCdoB nos bairros”. A proposta não é nova ou revolucionária. Trata de fazer o óbvio: ir ao encontro do povo para expressar suas ideias e identificar, sem intermediários, as aspirações dessa mesma gente.


 


O partido percebe que existe um vácuo político no município, acentuado com crise de identidade do PT e seu “arrendamento” à banda Rosado, homiziada no PSB.


 


Há um latente desejo por caminhos alternativos, fora das forças tradicionais e aquelas cooptadas pelos encantos do poder. Esse quadro pode se alargar ou não. Depende do senso de oportunidade e capacidade de aproveitamento desse aspecto histórico. 


 


Desde o seu retorno à atmosfera partidária oficial, como instituição de direito privado e não apenas símbolo de subversão, o PCdoB não se firmou no RN. Foi sempre anexo de projetos do petismo.


 


Em Mossoró fez “esteira” para eleger vários vereadores petistas, sem nunca receber tratamento como parceiro de conquistas ou agruras.


 


O partido segue a via democrática, diferente da fixação numa “ditadura do proletariado”, que existia desde os primórdios de sua vida no início dos anos 20. Ficou para trás a tentativa de insurreição com a “Guerrilha do Araguaia”, destroçada com sadismo pelo regime militar no início de 1974.


 


Os irmãos Petit, João Amazonas, Maurício Grabois, Osvaldo da Costa, o “Osvaldão” e o potiguar Glênio Sá ganharam status de mitos partidários. Só que chegamos ao Terceiro Milênio.


 


As exigências à construção de uma nova ordem ainda comportam idealismo e luta. Porém as armas precisam ser outras, numa incursão à “guerrilha democrática”.


 


Fonte: www.blogdocarlossantos.com.br