Demissões em massa  na fábrica da Brigstone em Camaçari-BA

A demissão de 55 funcionários da fábrica de pneus Bridgestone Firestone, em Camaçari,Bahia, na terça e quarta-feira (9 e 10/06), resultou em paralisações das atividades, em mobilização coordenada pelo Sindicato dos Borracheiros. “A nossa expecta

A empresa alega queda da demanda em função da crise e justifica as demissões com o novo patamar estabelecido para a produção diária de pneus, que passaria de 8,6 mil para a marca dos 6 mil. O Sindicato rebate fundamentado nas últimas negociações, iniciadas desde o dia 15 de maio, quando ficou acordado que, diante da necessidade de retração na linha produtiva, seria implantada a chamada desterceirização. Em termos práticos, significa que os funcionários efetivos da Brigstone assumiriam os postos de trabalho dos empregados terceirizados, os quais seriam dispensados.


 


A última proposição por parte da Bridgestone Firestone, entretanto, foi de redução da jornada de trabalho entre 5 a 10 dias, somada à redução do salário em cerca de 10%. Sobre o reajuste salarial, que deveria ter entrado em vigor desde 1º de junho, a empresa defendia a sua validação apenas a partir de janeiro do ano que vem. As taxas referentes à participação dos funcionários nos lucros e resultados da empresa – PLE também permaneceriam estagnadas nos atuais 1,7% do salário (equivalente a um salário mais 70%), conforme negociação estabelecida há mais de dois anos, quando da instalação da fábrica em Camaçari. “Eles nos colocaram contra o muro e impuseram a aprovação do novo acordo proposto; caso contrário, apelariam para as demissões”, conta Gomes.


 


Diante da recusa do Sindicato, o processo de dispensas foi efetivado e culminou na deflagração da greve. “O processo de radicalização partiu da empresa e nós não podemos concordar com isso. Trata-se de uma posição autoritária da direção, em um processo de demissão político e arbitrário”, criticou o dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Aurino Pedreira. 


 


Além da reintegração dos funcionários demitidos, o Sindicato exige o estabelecimento de uma taxa fixa de PLE em R$ 5 mil, independentemente do cargo e da remuneração. “Seria um valor igual para todos os trabalhadores”, explica o presidente. As negociações só foram retomadas na manhã de hoje, diante do impasse provocado pela greve. “Somos solidários ao processo de greve que se instalou na fabrica. O Sindicato está buscando abrir o canal de dialogo para tentar construir uma saída diante da crise; não só para o Parque Industrial de Camaçari, quanto para todo o estado”, enfatizou Pedreira.


 


De Salvador,


Camila Jasmin