Chile: aliança pode levar comunistas ao Parlamento
No Chile, a última vez que os socialistas e os comunistas alcançaram um acordo eleitoral havia sido para formar a Frente Popular que deu origem ao governo socialista de Salvador Allende (1970-1973). Na segunda-feira (15), contudo, pela primeira vez des
Publicado 16/06/2009 12:11
O acordo não só permitiria a volta do PC ao Congresso, mas tem o objetivo maior de derrotar a direita nas urnas, conservando, assim, o poder. A ideia não implica em unificar candidaturas presidenciais.
Consiste unicamente em unir as listas de candidatos a parlamentares em cerca de 20 distritos eleitorais, o que permitiria terminar com a exclusão no Congresso dos políticos da chamada “esquerda estraparlamentar”, entre os quais se encontram hoje os comunistas que, por conta dos sistema eleitoral binominal imposto pelo ditador Augusto Pinochet (1973-1990), não voltaram a colocar os pés no Poder Legislativo desde a queda da ditadura.
Diversos analistas locais estimam que os votos comunistas, para além das eleições parlamentares, deveriam fortalecer a candidatura de eduardo Frei, o candidato presidencial da concentração, contra Sebastião piñera, postulante da direita que até então lidera as pesquisas.
O sistema eleitoral binominal, basicamente, supões a eleição de representantes por cada distrito cou circunscrição, o que obriga as listas a conseguirem 66,1% dos votos para conquistarem os cargos em disputa. O método, por conseguinte, tende a fortalecer os partidos grandes ou as coalizões amplas, capazes de alcançar essa porcentagem.
O PC, como tantos outros, se viu, desta meneira, sistematicamente excluído, apesar de obter resultados próximos aos 10% dos votos.
Eduardo Frei, que é ex-presidente chileno, ressaltou, ontem, a necessidade de assegurar uma maioria parlamentar. “Não basta ganharmos a presidência, temos que ter a maioria no Congresso”, colocou.
Há alguns meses, o presidente do Partido Comunista, Guillermo Teiller, afirmou que o regresso dos comunistas ao Parlamento, 36 anos depois do golpe militar de Augusto Pinochet, seria o início da verdadeira transição no Chile.
Fonte: Página 12