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Visão chinesa: Por que o Ocidente se enerva com os Bric?

A cúpula  dos Bric encerrou-se no dia 17. A mídia do Ocidente acompanhou com muita atenção o primeiro encontro oficial dos líderes do Brasil, Rússia, Índia e China. Tanto antes como após a sua conclusão, os veículos de alguns países na Europa e dos E

Funcionários russos haviam dito que o tema desta cúpula são temas como a energia e a estabilidade dos mercados financeiros globais. Mas a mídia europeia e americana insiste em agitar que os quatro países Bric abordam o uso de reservas em moeda supranacional, desafiando o dólar dos EUA.

Desde o início da crise financeira internacional o dólar sofreu um grande descrédito. Em diferentes ocasiões  líderes da China, Rússia e Brasil têm manifestado ceticismo sobre o estado do dólar, e desejo de comprar novos títulos emitidos pelo Fundo Monetário Internacional.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou que seria possível estabelecer uma moeda supranacional por meio de direitos de saque especiais do FMI, para reduzir a dependência do dólar. Os quatro países Bric esperam que os EUA assumam uma atitude mais responsável para o dólar, mas uma parte da mídia ocidental entendeu como se estes países pretendessem pressionar os EUA e atuar como seu contrapeso. O New York Times afirma que a Rússia pretende aproveitar esta cúpula para ''assestar um golpe'' nos EUA.

Parece que os europeus e os americanos estão preocupados em certa medida com a emergêncoia dos países do Bric. O Times britânico diz que os quatro  Bric tentam formar um ''clube político'' ou uma ''aliança para transformar seu crescente poder económico em influência geopolítica''.

O que deixa a Europa e os EUA nervosos?

Alguns países europeus e os EUA enervam-se com a emergência dos Bric. Yizhou Wang, vice-diretor do Instituto de Economia Mundial e Política da Academia de Ciências da China, diz que isso é muito natural, do ponto de vista das relações internacionais. Os quatro países Bric não são potências do Ocidente, mas países em desenvolvimento e mercados emergentes. Exigem não só as reformas acordadas nas instituições internacionais e nos domínios monetário e financeiro, mas também outras, no comércio internacional e no problema do clima. Isso faz com que determinadas forças envolvidas sintam-se pressionadas.

Wang acrescentou que a cuirto prazo o dólar não será afetado em sua condição de moeda de reserva mundial. Mas os quatro países Bric advogam o pluralismo no sistema monetário internacional. Isso exerce pressão sobre o dólar enquanto centro desse sistema. No entanto, os  Bric não exigem o abandono do dólar. Não apresentam um calendário definido para a compra de títulos do FMI. Apenas apresentam sua demanda de uma reforma das instituições existentes e expressam sua determinação levar a reforma a cabo.

No que diz respeito à ''aliança política'' levantada pela mídia ocidental, Wu Hailong, diretor do Departamento de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da China, declarou em termos claros desde antes da cúpula: a cooperação quadrilateral é pública e transparente, não alveja a terceiros e nem visa o confronto.

Wang disse que a cúpulados Bric criou uma plataforma de coordenação e cooperação entre os países emergentes. ''Esses países exigem reajustes nas atuais instituições internacionais, e não buscam uma confrontação'', declarou ele.

Fonte: Povo Online: http://spanish.people.com.cn