Abertura do comércio de Fortaleza aos domingos permanece sem definição
Ontem, houve mais um encontro entre patrões e funcionários. No entanto, Sindilojas não apresentou proposta
Publicado 14/07/2009 09:09 | Editado 04/03/2020 16:34
Postergada para a próxima terça-feira (21) a decisão sobre o funcionamento do comércio de Fortaleza aos domingos. A tentativa de conciliação do presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará na 7ª Região, desembargador José Antonio Parente da Silva, que presidiu ontem reunião entre as partes, fracassou devido a não apresentação de proposta por parte do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas). A nova reunião também ocorrerá na Sala de Dissídios do TRT7, com início previsto para 11 horas.
O clima do encontro de ontem foi tenso e ao mesmo tempo confuso. Inicialmente, os patrões foram representados por assessores jurídicos da Jereissati Centros Comerciais (Iguatemi), que acabaram se isentando das negociações. ´Nós representamos o Shopping (Iguatemi) e não temos empregados nem lojas. Quem tem funcionário são os lojistas. Não temos nem legitimidade para fazer acordos trabalhistas. Não devíamos nem estar nessa sala´, declarou Mazé Jereissati, representante do Iguatemi.
Para tentar dar continuidade ao acordo, o desembargador solicitou que o presidente da Fecomércio, Gastão Bittencourt, e os advogados do Sindilojas e da Federação substituíssem os assessores do Iguatemi nas negociações.
Sob a alegação de ter recebido a convocação do TRT às 8h30 da manhã de ontem, não conseguindo localizar o presidente da entidade em tempo hábil, e argumentando não poder falar em nome dos lojistas, os advogados não contribuíram para o avanço do acordo com os comerciários.
O secretário geral do Sindicato dos Empregados no Comércio de Fortaleza e Região Metropolitana (SEC), Romildo Miranda, entregou ao desembargador proposta do Sindicato que defende o pagamento de R$ 30 a cada trabalhador no fim do expediente de domingo, além do trabalho em dois domingos alternados no mês, seguidos de uma folga na semana subsequente ao domingo trabalhado. ´Estamos apostando na negociação, mas os patrões provaram que, pelo menos nesse primeiro momento, não querem negociar´, diz.
Para o presidente da Fecomércio, o setor não tem condições de atender as reivindicações dos trabalhadores. Bittencourt acusa os trabalhadores de quererem aproveitar da lei municipal para mudar as relações de trabalho. Apesar de admitir que a situação não é boa para nenhuma das partes, ele alertou: ´Estamos num momento que tentamos sair da crise econômica e dar sustentabilidade ao setor. Mas vai depender da Justiça se abrimos ou não o comércio nessas férias´, retrucou. O empresário já teria, inclusive, estudo de repercussão sobre possível fechamento do comércio nos fins de semana e feriados, apontando para demissões como forma de equilibrar a receita e a despesa.