Cebrapaz: José Reinaldo faz alerta às forças progressistas
O diretor do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrabaz), José Reinaldo Carvalho, defendeu, neste sábado (25), que as forças progressistas devem ficar em alerta contra uma ofensiva do imperialismo, em especial durante um moment
Publicado 25/07/2009 19:09
“Não existe imperialismo bom e imperialismo mau”, disse, afirmando que a vitória de Barack Obama não modifica a natureza da política de dominação estadunidense. José Reinaldo citou como exemplos dessa ofensiva o golpe em Honduras e o discurso de que o recente revés dos Kirchner nas eleições legislativas da Argentina abre espaço para o retorno de conservadores ao poder.
Segundo ele, o imperialismo, “por meio de seu agentes na região”, tenta reverter os avanços conquistado com governos populares com tentativas de magnicidios, golpes e desestabilizando governos democraticamente eleitos. “Tudo isso é o velho intervencionismo. Começa em Honduras e passa pela Argentina, com essa montagem eleitoral que fizeram. A partir de um insucesso eleitoral do governo, já estão dizendo que os mesmos grupos de sempre vão voltar ao poder na Argentina”, afirmou.
De acordo com o dirigente do Cebrapaz, o momento de crise econômica torna o momento ainda mais delicado para o campo progressista, uma vez que a turbulência econômica afeta, em primeiro lugar, os países pobres e em desenvolvimento. “A crise desestabiliza os governos progressistas, dá argumentos aos conservadores. Eles criaram a crise, mas jogam sobre nossos ombros os seus efeitos. Ainda querem obrigar nossos governos a fazerem políticas neoliberais, antipopulares”, colocou.
Militarização a todo vapor
José Reinaldo destacou que, contraditoriamente, apesar de Obama pregar uma melhor relação com a América Latina, mais diálogo mundial e o fim das armas nucleares, ele também declarou que foi eleito para restabelecer a hegemonia estadunidense e que não vai abrir mão da primazia militar no mundo.
“Isso se traduz em mais de 800 bases militares espalhadas no mundo e custos bélicos da ordem de meio trilhão de dólares”, colocou, lembrando a reativação da Quarta Frota na América Latina e a instalação de cinco novas bases americanas na Colômbia. “Isso tem a ver não apenas com a luta contra-insurgente, mas tem a ver com a tentativa de transformar a Colômbia num bunker dos Estados Unidos na região, na Israel da América Latina. E nós não devemos permitir”, disse.
Segundo ele, a instalação destas bases é outro motivo de preocupação para a esquerda da região. “É um grande perigo termos em nossas fronteiras um governo terrorista, militarista e pró-norte-americano”, colocou. Para José Reinaldo, não há interesses comuns entre os EUA e a América Latina.
Diante de uma plateia de mais de 450 delegados, ele colocou que o Cebrapaz acredita que mais que nunca é necessário um amplo movimento, plural e unificado, em defesa da paz e contra o imperialismo. Nesse sentido, ele avaliou que a luta internacionalista não pode estar desvinculada da questão nacional, já que a dominação norte-americana não seria possível sem o apoio das classes dominantes locais.
Do Rio de Janeiro,
Joana Rozowykwiat