Solidariedade entre os povos marca assembleia do Cebrapaz

A luta pela paz, contra as guerras imperialistas e a solidariedade entre os povos. Esse foi o tom da abertura da segunda assembléia nacional do Cebrapaz, que reuniu cerca de 500 pessoas no Rio de Janeiro. Dezenas de delegações nacionais e internacionais e

Dezenas de pessoas estão representando delegações de movimentos pela paz de Cuba, EUA, Vietnã, Guiana Francesa, Paraguai, Argentina, México, Bolívia, Nepal, além das representações dos diversos estados brasileiros.



O ato foi aberto pela presidente do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, que reafirmou a convicção de lutar pela paz. “Da última década para cá o imperialismo foi mais agressivo, oprimiu nações e povos, mostrou suas garras e seus dentes e elegeu a humanidade como sua inimiga”, declarou. Porém, ela ressaltou os avanços na América Latina: “somos protagonistas destas grandes lutas. Resistir ao imperialismo já é uma vitória”.



Solidariedade a Honduras



Socorro ressaltou a situação atual de Honduras, que “vive um golpe tramado pelas oligarquias com os aliados norte-americanos. Essa luta não terminou, é preciso um grande movimento de resistência, que divulgue a cultura pela paz, cada povo escolhe seu destino”.



Os trabalhadores foram representados pelo presidente da CTB-RJ, Maurício Ramos: “defendemos a unidade de todos os trabalhadores, o internacionalismo proletário e os povos do mundo inteiro contra o imperialismo e em defesa do socialismo. A CTB integra essa luta”.



A representante de Cuba, Maria Antônia Ramos, disse “que jamais se poderia pensar que em pleno século XXI um golpe voltaria a acontecer na América Latina. Penso que esse movimento pela paz no Brasil tem um desafio muito importante. Hasta la victoria siempre!”.



Segundo a presidente do PCdoB-RJ, Ana rocha, “a assembleia do Cebrapaz se realiza em um momento especial, diante a crise econômica mundial, que pode alterar o quadro das forças políticas, como aconteceu em Honduras. Essa solidariedade e integração é uma forma de reagir contra essas agressões”.



Viúva de Prestes



Também esteve no lançamento da assembleia do Cebrapaz a viúva de Luiz Carlos Prestes, Maria Prestes, aplaudida de pé por todos, que disse que a luta pela paz faz parte da ordem do dia. Para ela, as guerras são uma imposição da indústria bélica, que fatura com a venda de armas, mas que o povo deseja a paz.



União dos povos árabes



O representante da Síria ressaltou que o mundo árabe também deseja a paz e criticou o governo dos EUA que acusam os países do Oriente Médio de praticar o terrorismo, o que ele classificou de “politicagem do imperialismo”.



No mesmo tom, o representante da Palestina, Rassan Gamal, disse que os últimos ataques de Israel – no começo deste ano – “foram os piores em 61 anos de guerra, onde até hoje sofrem crianças e mulheres”. Rassan classificou o atual governo israelense como de “direita-facista. Não queremos guerra. O povo não quer guerra. Viva a Palestina, o Brasil e a paz”.



Também presente no evento, o Embaixador da República da Coréia, ressaltou o trabalho combativo do Cebrapaz, “que fez muito para consolidar a paz mundial”. O representante norte-coreano comemorou o crescimento das relações com o Brasil, que neste ano abriu uma embaixada brasileira na Coréia. Ele disse ainda que os EUA promovem uma grande manipulação contra a República da Coréia: “o lançamento do satélite é um direito legítimo de um país independente. Fizemos um segundo teste nuclear e fomos censurados pelo Conselho de Segurança da ONU, enquanto 99% dos testes são feitos pelos membros permanentes desse conselho. Nós não damos atenção e nem obedecemos aos EUA, com um inimigo armado com armamento nuclear temos que enfrentar também com armamento nuclear”.



Para o secretário-geral do Conselho Mundial da Paz, Athanasios Pafilis, “a classe trabalhadora tem um histórico contra a barbárie imperialista e de resistência pela paz. Lutem, lutem, lutem até a vitória final. Viva a luta pela paz e antiimperialista”.
 

Também estiveram no evento Carlos Henrique Carvalho, da OAB-RJ, e o vereador do PCdoB-SP, Jamil Murad, o presidente da UNE, Augusto Chagas, entre outras personalidades.


Do Rio de Janeiro
Marcos Pereira