Lieberman é acusado de fraude, suborno e lavagem de dinheiro

A Polícia de Israel recomendou à Procuradoria do Estado o processamento do ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, sob as acusações de fraude, suborno, lavagem de dinheiro, assédio a testemunhas e obstrução à Justiça, informou a imprensa local.

Esta recomendação será apresentada nos próximos dias ao procurador-geral do Estado, Menahem Mazouz, que irá decidir se deve ou não acusar Lieberman. Caso seja acusado, Lieberman será forçado a abandonar as suas funções.

Há vários anos o líder da ultra-direiotista israelense é investigado pelo departamento de polícia como suspeito de corrupção, fraude, lavagem de capitais, quebra de confiança e de obstrução das investigações. Mas os piores crimes de Avigdor Lieberman não são os crimes de corrupção, são os crimes contra a humanidade.

"Lieberman é um racista declarado. Já defendeu publicamente a utilização de armas químicas e nucleares contra a Faixa de Gaza para "reduzir o tempo de conflito". Propôs afogar os prisioneiros palestinos no Mar Morto, transformar o Irã num aterro com bombardeios, fundou um partido de extrema direita (Yisrael Beitenu) e responde a processo na Justiça por envolvimento com a máfia Russa", denunciou o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) em nota emitida por ocasião da recente visita de Lieberman ao Brasil.

Veja abaixo um resumo da "ficha corrida" de Lieberman em relação ao conflitos com árabes e palestinos:


  • Em 1998, ele defendeu a inundação do Egito através do bombardeio da Represa de Assuã;
  • Em 2001, como ministro da Infraestrutura Nacional de Israel, propôs que a Cisjordânia fosse dividida em quatro cantões sem governo palestino central e sem a possibilidade dos palestinos transitarem na região;
  • Em 2002 o jornal israelense Yedioth Ahronoth publicou a seguinte declaração de Liberman: “As 8 da manhã nós vamos bombardear todos os seus centros comerciais, à meia-noite as estações de gás, e às duas horas vamos bombardear seus bancos”.
  • Em 2003 o diário israelense Haaretz informou que Liberman defendeu que os milhares de prisioneiros palestinos detidos em Israel fossem afogados no Mar Morto, oferecendo, cinicamente, ônibus para o transporte;
  • Em maio de 2004, ele propôs um plano de transferência de territórios palestinos, anexando os territórios palestinos e expulsando a população nativa;
  • Em maio de 2004, afirmou que 90% dos 1,2 milhão de cidadãos palestinos de Israel “tinham de encontrar uma nova entidade árabe para viver”, fora das fronteiras de Israel. “Aqui não é o lugar deles. Eles podem pegar suas trouxas e dar no pé!”
  • Em maio de 2006, ele defendeu o assassinato dos membros árabes do Knesset (Parlamento israelense) que haviam se encontrado com os membros do Hamas integrantes da Autoridade Palestina para discutir acordos de paz na região;
  • Em dezembro de 2008, defendeu o uso de armas químicas e nucleares contra a Faixa de Gaza, afirmando que seria “perda de tempo usar armas convencionais. Devemos jogar uma bomba atômica em Gaza para reduzir o tempo de conflito, assim como os EUA atacaram em Hiroshima na Segunda Guerra”, afirmou em entrevista em jornal israelense Haaretz;
  • Em junho de 2009, discursou no Knesset israelense ameaçando “transformar o Irã num aterro”, através do bombardeio do país com armas nucleares.